Benguela  - O governo de Benguela entregou a um grupo empresarial luso-angolano uma infraestrutura da direcção provincial da educação que faz parte de um projecto de fomento e alargamento de salas de aulas.


Fonte: SJA

O Lar dos Estudantes localizado no conhecido complexo estudantil já delimitado desde o tempo colonial e onde fazem parte o Liceu Comandante Kassanji, o INE, Colégio Primário e o Instituto Médio Politécnico de Benguela está agora nas “mãos” do “Colégio de Benguela” um grupo empresarial luso, que ao que consta tem sabido fazer boas alianças com interesses bem colocados ao nível da governação benguelense.


Segundo fontes conhecedoras desta movimentação, o projecto arranca já este ano lectivo,  sendo o seu corpo docente maioritariamente português, devendo a  instituição ministrar aulas desde o ensino primário até ao médio.


A nova coqueluche de ensino privado em Benguela que se ergue por cima de uma infraestrutura do estado, vai cobrar 340 dólares de propina e estará dotada segundo foi apurado de valências modernas para o ensino primário inexistentes em Angola.


A entrega de bandeja do lar dos estudantes ao “Colégio de Benguela” acontece num momento em que directores de escolas e encarregados de educação deram conta durante o processo de matriculas em curso, de uma falta gritante de salas de aulas, que vai colocar fora do sistema de ensino mais uma “vaga” de petizes que terão deste modo de aguardar sinedie por uma carteira para estudar.


Os críticos desta polémica privatização do Lar dos Estudantes sustentam que a mesma ao serviço do Ministério da Educação e pela sua dimensão seria uma mais valia para o aumento de salas de aulas para o ensino primário e poderia absorver centenas de crianças que vivem nos novos e populosos bairros junto do aeroporto 17 de Setembro.


É curioso que o luxuoso projecto privado na área de ensino está a ser erguido no mesmo espaço  em que administração colonial nos anos 60 construiu uma infraestrutura educacional com o objectivo de albergar e ajudar os alunos mais carecidos de recursos económicos e de nível social mais modesto, no quadro do Fundo das Bolsas de Estudo e Lares criado pelo então governador-geral de Angola, Silvino Silvério Marques, em 1964.


A mesma filosofia ainda vigorou na instituição após a independência, tendo o conhecido Rosalino Neto como seu director. O lar albergou estudantes que são hoje figuras conhecidas da vida pública de Benguela e não só.