Luanda - Discursando na abertura da VI sessão ordinária do Comité Central do MPLA na última sexta-feira, José Eduardo dos Santos, não só chumbou como distanciou-se dos argumentos feitos pelos analistas políticos do MPLA quando alertou  que alguns “dirigentes, chefes e responsáveis, aos vários níveis, a tratarem dos assuntos de forma objectiva, na base das leis ou dos regulamentos do partido argumentando porém que “ no exercício dos seus cargos, as questões subjectivas e pessoais não devem ser colocadas acima dos interesses gerais”.


Fonte: Club-k.net

JES demarca-se dos analistas e de alguns dirigentes do MPLA

1 - Durante o período de campanha eleitoral e apôs as eleições gerais, os habituas “Spin Doctors” (foto) do Regime nos fóruns de análise na TPA e RNA, não se cansavam em afirmar que o processo eleitoral foi perfeito e que não existiram falhas. A este respeito o líder do MPLA e presidente da República José Eduardo dos Santos, contrariou os analistas nos seguintes termos: “notando que apesar de algumas falhas detectadas, os resultados eleitorais são justos para logo a seguir informar que o “MPLA vai propor medidas que permitam evitar falhas e insuficiências em futuros processos eleitorais”.


2 - Os vulgos “experts e utentes do know how”, logo a seguir da indicação do PR dos novos membros do governo, taxativamente afirmaram que o novo executivo não só era o mas competente e com sabedoria acrescida como também um “figurino” isento de preferências partidárias. Neste aspecto, o líder número um do MPLA contrariou também os analistas do regime ao dizer que: “precisamos de uma política de quadros actualizada, coerente, realista e eficaz que estabeleça critérios objectivos de formação, colocação, remuneração, avaliação de desempenho e de ascensão por mérito próprio”. A este respeito JES desvalorizou ainda os “analistas” firmando que “A política de nomeação de quadros para cargos de direcção e chefia na administração pública é muitas vezes vinculada a cargos electivos partidários, mas nem sempre o perfil desses quadros que estão mais familiarizado com o trabalho político de massas, e de organização e funcionamento interno é adequado para as tarefas administrativas e para exercer a autoridade do Estado e ao seu nível”.


3 - O Colégio dos “Spin doctors”, durante e após as eleições, nos seus espaços regularmente timbrados como “espaços politizados do MPLA”, vividamente fizeram menção de que o actual governo tem uma política de inclusão, transparente e com mecanismos eficazes que não só detectam mas combatem de forma eficaz a corrupção. Uma vez mas, JES, apresentou uma vertente contrária a dos analistas ao afirmar que “alguns militantes que ocupam funções partidárias e político-administrativas não tratam no exercício das suas obrigações os assuntos de forma objectiva, na base das leis e dos regulamentos do Partido, e colocam questões subjectivas e pessoais, acima dos interesses gerais gerando contradições, atritos e incompatibilidades com outros quadros com seguintes exemplos: Estas situações surgiram na Lunda– Norte, entre o 1º secretário do Partido e o Ex - governador provincial, e os dois foram substituídos”, frisando por outro lado que tal situação surgiu antes na Província do Uíje, e mais recentemente, em Cabinda e no Kuando – Kubango, situações estas que já foram superadas. “A situação mais grave é que temos hoje na cidade de Luanda, onde estas contradições e incompatibilidades do género estão a prejudicar o trabalho do Partido e do Estado”, rematou o Presidente da Republica.


Fontes habilitadas sobre políticas internas no MPLA e “médias  advogam que “tem sido praxe” nos últimos tempos o presidente do MPLA não só contrariar os seus combatentes de linha de frente - analistas - como alguns governantes. A título de exemplo foi recentemente quando JES demarcou-se sobre a saga “Kilamba” afirmando publicamente que esta “zona” esta desabitada e que os preços não correspondiam com a realidade do povo, contrariando assim os analistas e os responsáveis máximos deste projecto que alegavam  que “Kilamba estava completamente habitada" e que os preços são aceitáveis”.


Destas últimas intervenções contraditórias o Presidente da República não só demarca-se de muitos assuntos polémicos como coloca os “Spin Doctors do Regime” e alguns dirigentes fies ao MPLA numa situação embaraçada e consequentemente, “estes” receiam em prestar qualquer informação ou análise em nome do partido para não serem conotados como “ridículos ou bajuladores” na sociedade em geral.


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