Benguela – Segundo a fonte, a Angofrete é a empresa que entrará na gestão do Caminho de Ferro de Benguela, enquanto a Vector se encarregará do corredor ferroviário de Moçâmedes. Esta última é uma empresa alemã tida como líder na gestão de portos e caminhos-de-ferro ao nível mundial que foi sub-contratada pelo grupo DT, o mesmo que engloba no seu portfólio a Angorecycling, Transfuel, Pumangol, DT Agro, entre outras.

Fonte: O País

Segundo uma fonte no CFB, esta instituição pública manterá a tutela da linha ferroviária e das estações, na verdade as principais infra-estruturas, devendo a empresa privada usar estas infra-estruturas com os seus comboios “nos horários que o CFB determinar”.

Fica subjacente nas palavras da entidade do CFB que a empresa privada teria todo o interesse em explorar, tão só, a vertente de transporte dos minérios a serem exportados da Zâmbia e da RDC.

Responsáveis do sector dos transportes como o ministro da tutela, Augusto Tomás, e o presidente do Conselho de Administração do Caminho de Ferro de Luanda, Lobo do Nascimento, haviam admitido em declarações recentes à imprensa a realização de um concurso público para a formalização da gestão privada destes dois grandes corredores ferroviários.

Na verdade, o Ministério dos Transportes estará a ensaiar uma solução encontrada no Brasil por técnicos do sector e de outras áreas como o porto e alfândegas, segundo informações publicadas no boletim do Conselho Nacional de Carregadores, “O Carregador”.

Estes técnicos que visitaram o maior porto da América Latina, Santos, e outras infra-estruturas em Goiás, notaram que a gestão quer dos portos, quer das redes ferroviárias e rodoviárias são entregues a companhias privadas.

Estas encarregam-se da gestão e manutenção da infra-estrutura por um período determinado, tendo sido constatado que no sector rodoviário a cobrança das portagens estão por conta da gestão privada.

Esta experiência, os brasileiros a beberam dos norte-americanos, que assessoraram a criação de infra-estruturas integradas de armazenamento de mercadorias e o seu transporte ao interior e exterior, recorrendo a meios aéreos, ferroviários e rodoviários.

CFB E CFM OS MAIS PUJANTES

Estes dois caminhos-de-ferro, que em paralelo têm um corredor rodoviário, apresentam-se na actualidade como os que dão mais garantias de actividade permanente, logo rentabilizável, devido ao facto de estarem acoplados a portos com terminais de minérios.

O CFB servirá brevemente o chamado “copperbelt” da República Democrática do Congo e da Zâmbia que poderão, por esta via, exportar o minério de cobre explorados nestes dois países. As autoridades zambianas estarão já a construir um ramal ferroviário próprio que interligará com a rede do CFB, prescindindo da passagem pelo território da RDC.

Já o de Moçâmedes terá como actividade fundamental a transportação do minério de ferro explorado em Cassinga, província da Huíla, para ser exportado através do Porto do Namibe. Segundo informações colhidas no CFB, a DT estará a investir com fundos próprios na reabilitação da mina de ferro de Cassinga, assim como do Porto da SacoMar na capital do Namibe. A integração regional da rede ferroviária angolana com a região daSADC conferirá uma maior importância ao CFM no fluxo de mercadorias de e para Angola no próximos tempos.