Luanda – O presidente da UNITA recebeu na tarde de quarta-feira, 06, em Luanda, o director geral para os Assuntos Africanos da Chanceler Alemã, Angela Merker. A conversa rondou em torno das possibilidades da actuação da oposição e do ambiente de transparência para a instalação de empresas germânicas em Angola.

Fonte: UNITA

“Eu estou aqui para colher informações mais amplas e por isso contacto não só com as autoridades governamentais, mas também com organizações não-governamentais e com os partidos da oposição”, explicou Gunter Nooke à imprensa no final da conversa com a direcção da UNITA.

O diplomata alemão defende a vinda Angola de empresários do seu país e é de opinião de que parceria económica pode contribuir para o ambiente de abertura que ajudará todos e facilitará no país o convívio.

Por outro lado, Gunter Nooke entende ser necessário o funcionamento pleno das instituições do Estado de Direito para que os investimentos ocorram. “Empresários alemães não gostam muito de processos muito morosos, não querem manter muitas conversações para vir a Angola. É importante também o combate a corrupção, porque os empresários têm que justificar o seu engajamento no exterior e a corrupção não é aceitável, nem na Alemanha, nem em qualquer outra parte. É por isso que é preciso combaté-la”, defendeu o diplomata.

Por seu turno, o presidente da UNITA considerou o encontro de bastante proveitoso, pois permitiu esclarecer as dúvidas que subsistem da parte dos alemães relativamente as condições para investirem em Angola.

“Nós procuramos explicar as dúvidas que eles tinham sobre o funcionamento das estruturas aqui no país, sobretudo naquilo que diz respeito às instituições democráticas”, afirmou Isaías Samakuva, sublinhando que o interesse dos empresários alemães de operarem em Angola para contribuir para o desenvolvimento do país.

O líder da UNITA assegurou ainda que durante o seu encontro com o director geral para Assuntos Africanos, teceram-se considerações sobre a necessidade de agilização de processos que permitam a criação de empresas germânicas em Angola.

“Como ouviram do senhor director geral para África, o tema da corrupção foi levantado já que os empresários alemães e não só, gostam de trabalhar em ambiente de transparência, onde tudo se processa de forma a facilitar os negócios que se fazem”, explicou o líder da maior força política da oposição, exprimindo o desejo de que sejam criadas as condições que viabilizem os investimentos alemães em Angola e que tudo se processe de forma transparente para beneficiar os angolanos.

Isaías Samakuva assegurou o seu partido vai continuar engajado naquilo que chamou de luta do dia-a-dia, o combate à corrupção e a burocracia excessiva que dificultam os investimentos externos em Angola. “Do nosso lado vamos, a partir de instituições como Assembleia, fazer tudo no sentido de que se adoptem leis combatam aquilo que impede o desenvolvimento angolano e que se propicie os interesses do nosso povo”, concluiu.