Benguela - A coisa não esta para menos. Informações devidamente apuradas pelo Semanário Angolense, atestam que, da coligação de Abel Chivukuvuku, em Benguela, só restou a estrutura física e uma meia dúzia de militantes, que ainda vão alimentando algumas esperanças de que o barco venha a flutuar. De resto, em terras de Ombaka, não se lhe conhece uma única declaração sobre assuntos políticos locais, a realização duma única actividade partidária, muito menos, algum dia terá promovido uma conferência de imprensa. Conclusão: a CASA-CE, em Benguela, está inoperante.

Fonte: SA

Cinco meses depois das eleições gerais, de 31 de Agosto, em que a CASA-CE conquistou o terceiro lugar, em Benguela, essa coligação estará a enfrentar as primeiras cisões internas, devido a uma alegada letargia política do seu secretário provincial, Florêncio Cajamba, a quem os correligionários acusam de ser um «líder inoperante e de não ter capacidade e estratégia política» para enraizar a formação política no xadrez benguelense.

Se, por um lado, a inauguração da sede provincial da CASA-CE, em Maio de 2012, e, sobretudo, a sua entrada no mosaico político benguelense foi recebida com grande espectativa em diversos sectores da sociedade, tendo mesmo na altura levado o MPLA e a UNITA a alertarem os seus militantes para que estivessem vigilantes perante uma CASA-CE que surgia com muita força, por outro, cinco (5) meses depois das eleições gerais, as previsões dos optimistas quanto ao sucesso da Convergência Ampla de Salvação de Angola – Coligação Eleitoral, no mosaico político benguelense desapareceram no vendaval.

Informações apuradas pelo SA testam que, da coligação de Abel Chivukuvuku, em Benguela, só restaram a estrutura física e uma meia dúzia de militantes, que ainda vão alimentando algumas esperanças de que o barco venha a flutuar. Pelo que tudo indica, a coisa não está para menos. Grande parte dos militantes preferiram abandonar as fileiras da coligação (outros mantêm-se timidamente), por alegada traição de Abel Chivukuvuku, que é acusado de ter abandonado as bases (provinciais).

Segundo dados devidamente apurados, uma das grandes decepções dos militantes e simpatizantes da CASA-CE e de alguns observadores da nossa praça tem a ver com o facto de, após as eleições, o secretariado provincial da CASA-CE de Benguela nunca se ter dignado a prestar qualquer declaração sobre assuntos políticos locais, nunca ter realizado uma única actividade partidária, muito menos, Florêncio Cajamba, o secretário provincial, terá algum dia chamado a comunicação social para cobertura duma conferência de Imprensa para se debruçar sobre qualquer sector da governação do generalArmando da Cruz Neto. Aliás, as excepções votam as duas únicas visitas que Abel Chivukuvuku efectuou, por altura da campanha eleitoral, apontando alguns observadores ouvidos por este jornal que a CASA-CE esteve sempre inoperante na província de Benguela.

Em conversa com esta publicação, membros da CASA-CE foram unânimes em afirmar que o fracasso da coligação é resultado da falta de experiencia política do seu líder provincial, Florêncio Cajamba, que, apesar de ser um indivíduo formado em relações internacionais, é tido como um ilustre desconhecido na política doméstica.

Entre os militantes, há os que defendem que o fracasso da coligação na província é fruto da falta de atenção a que Luanda (direcção central) vota as províncias, quer do ponto visto político quer financeiro. «Muitos dos nossos militantes, hoje, não querem ouvir falar da CASA-CE, porque pensávamos que não seríamos mais uma força política entre tantas só para fazer o verbo encher», disse, visivelmente desiludido, um militante da coligação partidária.

Francisco Viena parcialmente «caladinho»

É dos políticos da oposição mais destemido e temido pelo partido no poder, o MPLA, não só em Benguela, mas a nível da estrutura central do partido dos camaradas. Bastante interventivo nos assuntos que dizem respeito à vida política do país, o secretário provincial do Bloco Democrático, Francisco Viena, já foi tido como o «quebra cabeças do MPLA», por não deixar passar uma única oportunidade quando se apercebe de um deslize do seu principal rival político, o general Armando da Cruz Neto, governador e primeiro secretário provincial do MPLA.

Por altura das eleições gerais, Francisco Viena foi visto como a figura da oposição que estava em melhores condições para sombrear a campanha do partido no poder e tirar o sono aos camaradas em terras de Ombaka. Apesar de o seu BD não ter participado do pleito, por rejeição da sua candidatura pelo Tribunal Constitucional, o líder do Bloco Democrático em Benguela ainda mantinha a sua astuta oposição ao regime mas, rapidamente, desapareceu dos holofotes depois de anunciados os resultados eleitorais, que deram, mais uma vez, uma vitória folgada ao MPLA, validada pelo TC, não obstante a contestação da oposição.

Pelo seu habitual protagonismo, o silêncio de Francisco Viena é encarado com estranheza. Se estará ou não desiludido com a política, com o andar da carruagem, a verdade virá à tona. Mas, se assim for, alguns analistas atestam que tal situação não será para menos, uma vez que a vitória do MPLA causou profundas fragmentações no seio de vários partidos políticos e alguns sectores da sociedade, sendo que, alguns políticos de craveira optaram pelo divórcio da vida política activa.