Luanda - Quatro dos seis primeiros secretários municipais do MPLA em Luanda manifestaram a sua solidariedade para com o chefe provincial do seu partido, Bento Bento, que vem sendo alvo de uma alegada campanha difamatória desenvolvida numa publicação local, garantindo que, ao contrário do noticiado por ela há dias, não estão nada de «costas viradas» com o também governador provincial.

Fonte: SA

Contra alegada campanha difamatória

«Informações dão conta que a situação do MPLA em Luanda anda com a ‘saúde’ debilitada há já algum tempo», referia a publicação, numa «notícia» em que diz, com base nas suas fontes, que os primeiros secretários municipais do partido no poder pretenderiam ver o seu chefe na província pelas costas.

Numa solicitação do «direito de resposta» enviado à publicação que julgavam destinada ao caixote de lixo – daí o facto de a terem feito chegar à redacção do SA -, os signatários do documento desmentem «categoricamente» o conteúdo da notícia em questão, garantido que, ao contrário do referido, «(...) as relações de trabalho entre os primeiros secretários municipais e o 1.º secretário provincial sempre foram e são as melhores, no âmbito dos Estatutos (do partido) e não só».

«(...) não corresponde à verdade tudo quanto foi escrito (...). De resto, os primeiros secretários municipais vêm trabalhando com a actual Direcção do partido na província de forma afincada e os resultados foram alvo de reconhecimento público (...) da Direcção Central do Partido e do nosso líder, o Camarada Presidente José Eduardo dos Santos», diz a nota a dado passo.

Os subscritores do documento são os primeiros secretários da Samba (Eduardo Fernando), Cazenga (Francisco Naval), Maianga (Mariana Francisco) e Viana (Dulce Ginga). Em falta estiveram os primeiros secretários do Rangel e do Sambizanga. Note-se que as circunscrições partidárias do MPLA não correspondem à actual divisão administrativa da província, depois que alguns municípios passaram a distritos, enquanto outros eram criados, estando esses ainda sem as devidas estruturas do partido governante, algo que deverá ser «corrigido» proximamente.

Se o primeiro secretário do Sambizanga, Eduardo Reis, não subscreveu o documento por se encontar fora de Luanda, já o do Rangel não o fez por se assumir agora como opositor de Bento Bento, recaindo mesmo sobre ele as suspeitas de que teria sido o mentor desta investida difamatória, em concluio com o proprietário da publicação em questão, que já se sabe que não «chupa» o chefe do MPLA em Luanda.

«O camarada Macavulo, como já sabe que não tem mais condições de ser reeleito no Rangel, está a tratar de ‘sujar’ a actual direcção do partido em Luanda, se calhar, por vingança, depois do ‘ralhete’ que levou do camarada Bento Bento há tempos, quando estava a comprometer os interesses do partido na sua circunscrição, por mau trabalho», disse uma fonte do comité provincial de Luanda do MPLA.

«Mas, se os militantes do partido no Rangel já não o querem no cargo, a culpa é somente dele e não de alguém da direcção do partido em Luanda», disse a fonte. No afã de sujar a cúpula do partido em Luanda, Maciel Neto, o Macavulo, chegou mesmo a endereçar uma contestação ao vice-presidente do MPLA, sem passar primeiro pelo comité provincial, o que, no quadro dos estatutos do partido, é um procedimento irregular, passível de acção disciplinar, segundo disse a concluir a nossa fonte.