Benguela - Estão a circular em meios  da Procuradoria-Geral da República, em Benguela, informações segundo as quais o Procurador-Geral Provincial, José Dias e o Procurador Provincial Adjunto junto da Policia Económica, Dias Batista da Silva, terão recebido avultadas somas em dinheiro, e diversos imoveis no país e no estrangeiro, no sentido de não procederem à acusação contra os responsáveis da anterior Comissão de Gestão da Empresa de Águas e Saneamento de Benguela e Lobito (EASBL), exonerados, em 2011, pelo governador Armando da Cruz Neto.


Fonte: Club-k.net

Na altura o governador havia justificado a exoneração pelo facto de se ter constatado graves irregularidades danosas aos cofres Estado, que segundo fontes do Club-k, uma investigação da polícia económica concluiu que a referida comissão de gestão liderada por Francisco Vieira Paulo terá desviado pouco mais 6 bilhões de kwanzas.


Segundo os mesmos relatos, para a realização dessa prática fraudulenta que culminou com o desvio de 6 bilhões de kwanzas, o esquema utilizado foi a falsificação de documentos por via de fabricação de facturas e de outros contractos simulados, a entrega de obras públicas a favor de empresas que nunca realizaram os respectivos serviços de esteiramentos de condutas de distribuição de água potável e o fornecimento de viaturas e matérias diversos nunca comprados.


De acordo ainda com uma fonte junto da PGR em Benguela parte desse dinheiro foi também desviado em alegadas compras de casas prefabricadas (mais de 1000) em Portugal, que nunca chegaram ao país e nem sequer teriam sido comprados.


Para além terem sido constituídos como os principais arguidos desse processo de saque aos cofres do Estado, os membros da anterior Comissão de Gestão da Empresa de Águas e Saneamento de Benguela e Lobito (EASBL), encabeçada por Francisco Paulo, e coadjuvado por Ekumbi David (Chefe de Comunicação e Imagem), Francisco Taty (Chefe de Departamento Comercial), Luís António (Chefe do Departamento de Tesouraria) e Domingos João (chefe de Operações), foram ainda constituídos como arguidos mais de 50 pessoas e mais de 100 empresas privadas algumas delas pertencentes aos ex-membros da comissão de gestão da EASBL e seus familiares.


As informações segundo as quais o Procurador-Geral Provincial, José Dias, e o Procurador Provincial Adjunto junto da Policia Económica, Dias Batista da Silva, teriam sido subornados no sentido de abafarem o processo são sustentadas pelo facto de a procuradoria nunca ter se pronunciado sobre o caso desde que o processo deu entrada na secretária geral da Procuradoria-Geral da República em Benguela, em 2011.


Há esse elemento inclui o facto de às duas pequenas mansões que o procurador Dias Batista da Silva possui na vizinha República da Namíbia e uma outra em Portugal, ter, alegadamente, recebido deste caso, uma vez que, é nesses países onde estão concentrados a maior parte dos bens dos ex-membros da anterior Comissão de Gestão da Empresa de Águas e Saneamento de Benguela e Lobito (EASBL).


Por recearem a penhora do tribunal, nos últimos tempos os ex-responsáveis da comissão de gestão da EASBL têm vindo a transferir as suas empresas para fora de Benguela, a vender e a terceirizar parte dos seus bens permitindo desta forma a fuga de capital ilícito para o exterior do país.