Lisboa -  A criação do FSDEA-Fundo Soberano de Angola, deu azo a manifestações de insatisfação internas e a atitudes de reserva em meios internacionais – estas mais comedidas. Condições tidas como “peculiares” do lançamento da iniciativa e particularidades que apresenta, constituem o foco das reticências.

Fonte: AM

A insatisfação interna, também descrita como “tensão”, abrange indivíduos/grupos do MPLA e da elite político-socia, em geral considerados “não alinhados” com o Presidente José Eduardo dos Santos (JES). Coincidem, na prática, com os que se manifestaram “inconformados” com a escolha do Vice Presidente, Manuel Vicente.


De acordo com inferências abalizadas, a insatisfação que denotam é alimentada pelo pressentimento de que JES, devido ao seu efectivo controlo sobre o FSEDA, tem em mente tirar proveito da vantagem para reforçar o seu poder e o de grupos/famílias que lhe são afectos, marginalizando/ofuscando os que não o são.


Numa atitude considerada “preventiva” de reacções negativas que a criação do FSDEA poderia vir a dar lugar no plano interno, foram tomadas medidas supostamente destinadas a diluir a ideia do controlo da nova instituição por parte de JES.


As reservas internacionais em relação ao FSDEA são menos incisivas que os sentimentos de insatisfação interna. A composição da sua administração não inspira confiança, assim como algumas das suas ligações/articulações externas. Considera-se, porém, que se está perante “uma evolução de sentido positivo”.