Luanda – Está a ser  posto em causa,  em meios católicos em Luanda, a autenticidade de um comunicado feito sair em nome da CEAST- Conferência Episcopal de Angola e São Tomé e Principe (CEAST), em reação a pronunciamentos do líder da UNITA, sobre a corrupção em Angola.

Fonte: Club-k.net

De acordo com os meios em referencia, há suspeitas de que o comunicado terá sido feito por uma estrutura, identificada  como “Lobby pro - governo” dentro da Igreja.  A constatação é apoiada em argumentações de “uma reunião da CEAST, não pode haver deliberação que deu lugar ao comunicado”, acrescido ao facto de o mesmo documento estar apenas assinado por  um   “gabinete de imprensa” ao qual vozes dentro da Igreja  questionam a sua feitura (Alegam ser o primeiro comunicado vir apenas assinado como  “gabinete de imprensa”)


Uma apuração, dos referidos  meios, alega que no seguimento das declarações do líder da UNITA, Isaias Samakuva,   as autoridades angolanas (corrente do gabinete presidencial) terá contactado o  novo Bispo Auxiliar  de Luanda,  Zeferino Zeca Martins  para a Igreja Católica pudesse    interceder sobre o assunto. Porem, segundo as explicações,  foi  registrado ausência de consenso sobre a necessidade de esta instituição religiosa  reagir em torno das declarações do presidente  da UNITA, por alegadamente entenderem que ao procederem estariam a entrar em contradição com o comunicado da CEAST, do dia 2 de Março, feito a margem de uma reunião na cidade do Kuito.


Isto é, na semana passada   deslocaram-se a Luanda, os Bispos, dom  António Francisco Jaca (Bengo), Manuel Imbamba (Saurimo), Filomeno Vieira Dias (Cabinda) provenientes da cerimônia de ordenação do novo bispo do Dundo,  Dom Estanislau Sindicaty, na província do Huambo.  Os três sacerdotes reuniram-se no dia 19 de Março, na  cidade Capital onde trabalharam na elaboração do texto do comunicado.  O Presidente da CEAST, Dom Gabriel Mbilingui que também viajou  a  Luanda não participou na reunião dos três sacerdotes que fez sair o recém  comunicado  religioso.


A decisão  das autoridades angolanas em aplicarem  lobby dentro da Igreja Católica  para reagir contra as declarações do líder da UNITA, foi destinada a causar sentimento popular  de indignação em torno de Isaías Samakuva.  O político da oposição , antes fez citação a uma declaração da reunião da CEAST realizada no Bie em que os Bispos reconheciam que a corrupção teria entrado igualmente dentro da Igreja. 


Ao darem tratamento da matéria, os órgãos de comunicação social do governo, terão distorcido  a mensagem do líder  político dando a entender que o mesmo teria  atacado a Igreja Católica.  Em reação, o “gabinete de imprensa” (formado por dom Francisco Jaca, Manuel Imbamba, Filomeno Vieira Dias  considerou as declarações do presidente da UNITA, Isaías Samakuva, “despropositadas, injuriosas e caluniosas”, argumentando que elas “violam e ferem o decoro institucional e o bom nome da instituição religiosa”.

A frase da polemica

"Assusta-nos o emergir da cultura generalizada da corrupção que se estendeu a todas as camadas da nossa sociedade, até mesmo dentro da nossa Igreja. A corrupção é um mal a combater na nossa sociedade porque, a tornar-se endémica, cairemos numa sociedade onde a injustiça se tornará uma realidade permanente. Neste particular, o Parlamento é chamado a desempenhar o seu insubstituível papel fiscalizador da actuação do Governo para o bem de todos os angolanos". - Palavras dos Bispos da CEAST, a 02 de Março de 2013, no Kuito-Bié.

“A própria hierarquia da Igreja Católica, por exemplo, já reconheceu publicamente que a Igreja também está infectada pelo vírus da corrupção” – palavras do líder do Galo Negro, no Kuando Kubango