Lisboa -  O Deutsche Bank divulgou a sua análise sobre Angola, em que destaca a pujança económica, mas alerta também para a falta de quadros, desregulação do mercado e a "opacidade, corrupção e falta de eficiência na utilização dos fundos públicos".

Fonte: Lusa

Quanto aos pontos fortes da economia angolana, o Deutsche Bank enumera em primeiro lugar o "robusto crescimento económico", resultante da recuperação do setor petrolífero, evidenciada pela subida do preço do barril e pelo amento da produção anual e o aumento consolidado do setor não-petrolífero.


O Produto Interno Bruto deverá crescer à volta dos 8% em 2012 e 2013. Os outros pontos fortes são a melhoria do sistema tributário, o crescimento das reservas de divisas estrangeiras e a manutenção da taxa de inflação abaixo dos dois dígitos. "A inflação está a diminuir rapidamente: dos 14,5% registados em 2010, fixou-se em, 8,9% em janeiro", sinalizou o DB.


Os pontos fracos destacados pelo DB são a forte dependência da economia angolana do petróleo. "O petróleo representa ainda cerca de 95% das exportações e mais de metade do PIB, apesar do setor não-petrolífero estar cada vez mais a ter um peso maior", considera o banco alemão.


O Deutsche Bank aborda nesta análise o recém-criado Fundo Soberano de Angola, recordando que é administrado por um dos filhos do Presidente José Eduardo dos Santos.


Com um capital inicial de 5 mil milhões de dólares, o banco alemão considera que, "se for bem gerido", o Fundo Soberano poderá garantir "alicerces sólidos" para investimentos em infraestruturas, agricultura e turismo.


No entanto, a falta de quadros e a frágil gestão económica são outros pontos fracos destacados pelo DB, que aponta ainda a "corrupção, a falta de eficiência e a opacidade na gestão de fundos públicos" como riscos para o que designa como "idoneidade de crédito".


"O desenvolvimento de um setor privado dinâmico é ainda limitado pela exclusão de investimentos do setor público, má regulação e falta de quadros", conclui o Deutsche Bank.