Luanda - Chegado de uma viagem ao exterior, onde ficou algumas semanas por questões particulares, o político do MPLA, Bento dos Santos “Kangamba”, reaparece na política nacional com uma réplica ao líder da UNITA, Isaías Samakuva, a propósito da queixa-crime que moveu contra o Presidente da República, José Eduardo dos Santos, aconselhando-o a pautar por uma postura mais democrática e realista quando se refere ao Chefe de Estado e às instituições democraticamente eleitas.

Fonte: Angolense

Exige respeito ao Presidente da República

Em entrevista exclusiva ao Angolense, Kangamba faz eco do pedido de abertura do processo-crime, movido pela UNITA, contra o Presidente da República, José Eduardo dos Santos e outros dignatários do país,indeferido pela Procuradoria- Geral da República (PGR).

“A UNITA e o seu líder estão desprovidos de capacidade de governar, porque falta-lhes capacidade de mobilização e recuperação política dos seus militantes e da população em geral”, considerou.


Por isto, prossegue, o partido depois de perder esta capacidade política, talvez poderá fazer frente ao partido no poder, por meio de uma coligação.

Quanto ao comportamento de Samakuva nos seus últimos depoimentos, “Kangamba” considera não ser de um líder partidário mas, sim, de um elemento que perdeu o norte, face à derrota das últimas eleições de 31 de Agosto de 2012.


“Samakuva deveria pautar por uma postura cívica e evitar a falta de respeito ao Presidente da República, como o líder massivo da soberania do país”, sugere, para quem o povo angolano está maduro, preparado e não aposta em "confucionistas ou intriguistas", porque jamais tenciona enveredar para outro conflito armado no país.


De acordo com Bento dos Santos “Kangamba”, para os angolanos, o partido sério é o MPLA e o Presidente José Eduardo dos Santos. “As manobras dilatórias de manifestações perpetradas pelo “Galo Negro” não passam disto mesmo".


O também apelidado de empresário da “juventude”, considera que o direito de manifestação e opinião está associado ao exercício da cidadania responsável e não a confusão e a desordem.


“Kangamba” aconselha o líder da UNITA a se preocupar com a criação das condições para as eleições autárquicas e não em intrigas e confusão, porque os angolanos estão cansados dele, que mostra mais uma vez que está “sozinho” ao nível do seu partido.


Segundo aquele político, a manifestação consiste em exteriorizar sentimentos de aceitação, reprovação e solidariedade, numa sociedade plural e democrática.


Em seu ver, normalmente a manifestação de opinião pode colidir com outros direitos. Assim, defende, a “opinião pode servir para difamar ou injuriar”, quando os factos não são verdadeiros, ou ainda chamar à atenção para o crime da apologia da ditadura, o golpe de estado, a obstrução do exercício da função pública e tumultos.


“Muitas vezes, em questões de direitos, confunde-se liberdades e garantias, direitos individuais e colectivos, quando o exercício da manifestação de opinião tem como limites o bom-nome, a honra, a reputação, a imagem, a reserva a intimidade da vida privada e familiar”, explicou-se.


“Kangamba” concluiu que “todos temos o direito de manifestação, mas temos que acautelar a honra de outrem, não podendo servir para injuriar ou para difamar e evitar sempre o subjetivismo”.


“O cidadão tem de impor o respeito dos seus direitos, dentro da salvaguarda da paz social e não em confusões”, alerta.