Luanda - Transcrevemos na íntegra o discurso do l líder da CASA-CE proferido na cessão de encerramento 1º Congresso Extraordinário.


Fonte: CASA-CE

 

A CASA Todos por Angola

CASA a Salvação de Angola

Esta é a Nossa Hora; a Hora de Todos os Angolanos

Quero em primeiro lugar endereçar uma palavra de agradecimento  a todos os convidados que decidiram neste dia de feriado, de descanso, de reflexão tirar alguns minutos para estarem connosco. A nossa gratidão.

 

Minhas senhoras, meus senhores membros do Conselho Presidencial da CASA-CE.


Quero em primeiro lugar agradecer a todos os delegados aqui presentes e que enriqueceram de forma extraordinária os debates que desenvolvemos durante os três dias. Foram debates calorosos, muitas vezes contraditórios e em que certos minutos pode ter surgido a dúvida se teríamos capacidade de atingir os nossos objectivos tanta era a diversidade de opinião, mas é exactamente isso que enriquece para permitir que quando se chega aos consensos, esgotaram-se todas as opiniões, esgotaram-se todos os pontos de vista e concentramo-nos naquilo que é essencial.


Espero compreensão particular dos delegados que vieram das distintas províncias do nosso país, porque tendo em consideração os constrangimentos que vivemos e particularmente num país como o nosso onde o sistema, apesar de estar a mais de 30 anos no poder ainda se atrapalha a tentar impedir que uma organização política consiga alugar uma pequena sala porque queríamos fazer sessões de trabalho diversas. Apesar de mais de 30 anos, de poder ainda se atrapalha em impedir que uma organização politica tenha dificuldade de alugar meros autocarros.


Vergonha para eles!


Quero reconhecer o esforço da Comissão de Organização deste Congresso, companheiro Manuel Fernandes, na condição de Coordenador. Seria uma coisa normal se estivéssemos a viver numa sociedade normal com instituições normais. Infelizmente ainda temos um país que temos que ser nós a lutar para transformá-lo em normal. Porque mesmo os empresários são coagidos a não agirem como empresários, mas a agirem como militantes do partido no poder. mesmo empresas internacionais, são coagidas a não prestarem serviços. Por isso, compreendemos todos, o esforço que desenvolveram como comissão e acho que teremos de decidir umas merecidas férias pelo menos de uma semaninha. Não temos muito tempo, mas vão descansar alguns dias.


Quero reconhecer e felicitar todos os antigos membros do CDN – Conselho Deliberativo Nacional e os que foram indicados agora. Reconhecendo que houve alguns problemas ao nível dos computadores que a medida em que iam avariando foram fazendo delite de alguns que já eram membros do CDN.


Está convocada a 1º Reunião Ordinária do 2º CDN da CASA-CE para amanhã as 09 horas em local que a Comissão deste Congresso vai indicar (Restaurante NICE), mas sinto-me na obrigação de levantar aqui alguns nomes de colegas que já eram membros do CDN e foram excluídos: do Bengo, o Mendes de Carvalho – Mississipi; Victor Manuel; Eduardo Azevedo; João Cláudio Azevedo, estão convidados para a reunião. Da mulher patriótica: Hácia António, Suzana dos Santos, Maria do Céu, Lemba Pinheiro que também não foram lidos e estão copnvocados. Da Huila, Isaias Samuel Johissa e Castelo Alberto. Do kuanza Norte, Ambrósio António, e de Luanda Camilo António; Francisco António Kabingano, Ntoto Ndombassi, Ambrósio Makamba, Isabel Dias dos Santos e João Castanheira. A estes todos os meus pedidos de desculpas em nome da mesa, porque já faziam parte do CDN e seus nomes não foram lidos.

 

O Fim da Era do Eduardismo

Meus companheiros, meus amigos. Minhas irmãs meus irmãos. A sabedoria popular ensina que os grandes rios nas suas fontes, não são mais do que uma corrente pequenina de água. Nós somos esta corrente pequenina de água que surgiu em 2012. Hoje somos um caudal amarelo que vai invadindo todos os espaços deste país, espalhando esperança, espalhando confiança, espalhando fé e, ninguém de nós pode ter dúvidas. Não é por acaso que encerramos hoje o nosso congresso, dia da Paz e da reconciliação nacional que vai passar a ser também dia da esperança. A partir de hoje e deste congresso, iniciamos a construção do derrube da era do passado. A partir de hoje começa a terminar em Angola a era do Eduardismo. Foram 37 anos de Eduardismo. E seremos nós, simples angolanos a trazer o fim da era do Eduardismo na era dos angolanos.


Neste congresso, tivemos objectivos e metas claramente definidos e determinados. Obviamente muitos de nós, viemos com visão maximalista, temos que fazer tudo outros menos ambiciosos trouxeram uma visão minimalista. No entanto, prevaleceu o realismo e a maturidade de uma organização que apesar de apenas ter um ano, faz e tem feito frente a organizações que têm mais de 50, 40 anos e ultrapassamos organizações que tinham 60/20 anos. E entre os objectivos gerais para este congresso, tínhamos definido que deveríamos entre nós próprios avaliar, com concurso de especialistas independentes o estado da Nação para podermos julgar se mediante a condição de vida do cidadão, é justificável a continuidade da CASA-CE. Chegamos tristemente a conclusão de que Angola ainda é um estado não democrático, autoritário com crescimento económico, mas com profundas distorções e com mais de 60% da sua população pobre. Por esta razão, por causa dos angolanos pobres, temos a obrigação de preservar a CASA-CE, fortalecer a CASA-CE para que haja mudança em Angola.

 

As razões profundas da CASA-CE

Por isso, meus companheiros há razões históricas e patrióticas para que a CASA-CE tenha de se transformar num instrumento que deve galvanizar a mudança no país, e a esperança, e uma alternância positiva e responsável.


Definimos como segundo objectivo para este congresso, estabelecer os balanços, como0 foi a prestação da CASA-CE, de Abril na sua fundação até as Eleições-gerais de 2012 e como foi o funcionamento da CASA de Abril de 2013 e como gerimos os parcos recursos e as capacidades financeiras que tivemos.


Também, chegamos a conclusão durante os debates de que, apesar da dúvida, do cepticismo; apesar dos que vaticinaram que a CASA não iria sobreviver, não só sobrevivemos, mas hoje somos um factor inquestionável para a vida nacional.


Também chegamos a conclusão de que, afinal para realizar na vida não são os recursos e os meios que contam, conta as vontades das pessoas. Porque dos relatórios nós construímos a CASA do princípio até hoje com escassos 2,5 milhões de dólares. Enquanto o Regime vive de bilhões e gasta bilhões do erário de todos os angolanos, todos os anos e não realiza os cidadãos. Significa, também realizamos o segundo propósito que foi a nossa avaliação introspectiva e os nossos balanços.


Tínhamos como objectivo lançar as bases dos processos de transformação que a CASA – CE deve encetar nos próximos tempos. Foi um debate profundo, provavelmente difícil em alguns momentos. Mas temos que nos sentir orgulhosos que temos capacidade de gerir as nossas diferenças, temos capacidade de aceitar como valor a nossa diversidade e chegarmos no fim a conclusões positivas para a nossa organização. Foi lido nas conclusões que decidimos realizar o que foi concordado nos acordos constitutivos e constante nos estatutos vigentes e próximos. E vamos fazer a transformação da CASA em força política “partido” até ao 2º Congresso Ordinário de Abril 2016. É responsabilidade deste Conselho Presidencial que está sentado diante vos e inicial imediatamente as tarefas que vão conduzir a este processo fazendo com que as partes constituintes tenham a capacidade de cumprir o seu papel decisão interna preliminar e desenvolvermos toda a  tramitação que faça com que em tempo dentro dos prazos que estabeleçamos, toda a papelada vai entrar no tribunal constitucional. Não vale a pena os que pensam que TC vai conseguir nos travar. Não travaram no passado, não vão travar agora porque nos somos e seremos sempre cumpridores da Lei. Quando o processo de transformação der entrada no TC dentro destes prazos garanto- vos companheiros, estará elaborado de tal maneira que vamos preservar os nossos direitos adquiridos de CASA-SE e vamos manter a nossa sigla: Convergência Ampla de Salvação de Angola, porque é isto que somos.


Partido de massas e da Juventude


Também, foram aqui lidas nas resoluções as medidas que vamos tomar no sentido de desenvolver a transformação da CASA-CE para ser uma força das largas massas, mas sobre tudo o partido da juventude. São essas massas, as mamãs, papas, os militares, os polícias, mas sobre tudo a juventude que vai levar a CASA-CE ao poder em 2017.


CASA coligação com estrutura de partido


Tínhamos como propósito desenvolver processos que permitissem também fazermos ajustamentos estruturais que visam melhorar a eficácia da nossa acção para que a mensagem da CASA-CE chegue a todo cidadão em tempo real e em tempo útil para que sejamos uma organização cada vez mais estruturada, funcional para que consigamos transmitir ao cidadão a ideia de como deve ser a governação para que sejamos uma organização presente na vida das pessoas. Nestes termos adequamos para corresponder com o princípio da inclusividade o nosso CDN que passou de 236 membros para 375 efectivos e 20 suplentes.


Também introduzimos novos órgãos no regulamento tal com vos foi indicado. Manhã durante a reunião do CDN, serão indicados os companheiros que vão assumir as responsabilidades nos diversos pelouros, tanto no Conselho Presidencial como no Conselho Executivo Nacional, como da Presidência da CASA-CE, como do Secretariado Executivo Nacional para que todos nós possamos saber a quem pediremos responsabilidades todos os anos.

 

Multiplicar o número de militantes


Como terão lido nos documentos de estratégia e visão, nós queremos até 31 de Dezembro de 2014 atingir a cifra de 2,5 milhões de membros neste país inscritos na CASA-CE. Consequentemente, cada ano, antes das eleições, após isto atingirmos mais 500 mil novos membros, para quando chegarmos em 2017, ninguém mais tenha dúvida, a CASA é a força política do futuro deste país.


Tínhamos decidido fazer com que este Congresso seja um momento de renovação de nós próprios porque muitas vezes, sentados sozinhos no Cunene onde quase impera o sobado de Cunene; sentados sozinhos no Kuando Kubango, onde estão a pensar transformar o Kuando Kubango numa pequena ditadura militar, sentados sozinhos na Lunda Norte, sentados sozinhos em Benguela, pode parecer que somos pequenos, mas este momento deve servir para troca de vivências, servir para renovação das nossas esperanças e da nossa fé e não tenho dúvidas, que cada um de vós sai daqui, mesmo se for para Lumbala Nguimbo, chegado lá vai sempre dizer somos muitos e muito grande, mesmo se for para Capenda Camulemba e não dormem muitos, terão a convicção de que a CASA é muito grande.


Por isso, este Congresso serviu para renovar espiritualmente a nossa fé e a nossa convicção de que é com gente simples que se faz as transformações. Não virão especialistas para fazer a transformação em Angola. Seremos nós a faze-la.


Apesar de tudo valeu a pena


Portanto, meus Irmãos. Podemos considerar, valeu a pena termos feito este esforço para este Congresso. Agora temos de partir daqui com energias, com  vontades renovadas, mas sobretudo com a convicção de que tudo depende de cada um de nós.


Em defesa dos cidadãos sem concepções


A CASA-CE em Angola, como instituição e nas instituições do Estado, como na vida política, vai nos próximos anos até ao Congresso de 2016 que poderá avaliar a nossa postura, manter-se como oposição genuína ao sistema, mas sobretudo alternativa efectiva.


Como oposição vamos trazer uma visão diferente, vamos criticar o sistema se for necessário, se o regime assim implicar, se não permitir o jogo democrático aberto, se tivermos de ir as ruas, iremos a rua porque também é democrático.


Contrariamente ao que diz o regime pela maneira como prenderam os miúdos ainda esta semana, manifestar, exigir, reclamar é um direito democrático. Mas, fazem com os miúdos, porque connosco não farão.


Na vanguarda da defesa dos cidadãos


Estaremos na vanguarda da defesa dos cidadãos. Eles que fiquem nos palácios, nós estaremos nos bairros, nas aldeias, todas as semanas. Eles não vão aos bairros porque senão podem ser apedrejados. Nós vamos lá porque o povo nos quer lá. E porque constatamos que é também uma maneira de ajudar o cidadão. Estivemos no Zango onde os cidadãos viviam em chapas. Uma semana depois com vergonha começaram a tirar os cidadãos das chapas para meter em casas.


Afinal tinham as casas e queriam guardar para eles. Foi preciso a nossa presença para entregarem as casas aos cidadãos. Tivemos no Cabo Ledo, a conversar com os cidadãos, onde não há água, os cidadãos tiram água dos poços. Depois disso, constataram que existe mecanismo do Estado, de engenharia, agora estão a meter água. É este o nosso papel.

 
A CASA-CE na Assembleia


Constatado que o Estado nos seus organismos, desde o Presidente José Eduardo dos Santos, ao Governo, a Assembleia são os maiores violadores das leis. O grupo Parlamentar da CASA-CE continuará como permanente defensor da legalidade, custa o que isto custar. A CASA na Assembleia ou fora vai continuar a ser um acérrimo defensor contra a corrupção e contra os desvios do erário público.


Os recursos de Angola são de todos os cidadãos e devem ser aplicados para a melhoria da condição de vida dos cidadãos. Não são para os bolsos dos dirigentes como até aqui tem acontecido e esta será uma das tarefas e posturas fundamentais dos deputados da CASA-CE na Assembleia e da CASA-CE no seu geral. Em síntese a CASA-CE tem de ser a voz dos que não têm voz.


A nossa Constituição estabelece direitos aos cidadãos, mas não tem valor absolutamente nenhum estarem esses valores escritos se afinal não têm nenhum efeito no dia-a-dia do cidadão.

Meus amigos!

A minha postura pessoal até ao próximo Congresso Ordinário 2016, será a de contribuir com todas as energias para a preservação da CASA-CE, para o fortalecimento da CASA-CE e para garantir que a CASA-CE seja efectivamente um instrumento dos angolanos para a conquista do poder, não um poder como um fim em si próprio, mas um poder como plataforma para realizar uma obra. E esta obra é a Angola dos nossos sonhos, onde todo o cidadão tenha a oportunidade igual e possa aspirar ter felicidade e viver realizado.


A certeza no futuro com a CASA-CE


Já ultrapassamos a fase da dúvida, das incertezas. Agora precisamos de nós próprios ganharmos a certeza e a convicção de que todos juntos podemos e que os angolanos contam convosco. Aqueles que sofrem hoje e não podem por si próprios lutar, contam convosco. Em todos os cantos deste país contam convosco e esperam por vós. E temos todos a obrigação de corresponder com estas espectativas.


O sentido da história indica que a humanidade deve o progresso aqueles que questionaram, aqueles que divergiram. A humanidade não deve o progresso aqueles que ficam sentados a espera que os fenómenos históricos evoluam por si próprios, porque em nenhuma circunstância evoluíram por si próprios.


Também a história da humanidade, demonstra claramente de que não há injustiça que perdure para sempre. O sentido da vida e humanidade é no sentido da justiça. Nós temos que ser esses actores para implementar a justiça no nosso país.


Em nome do Conselho Presidencial, em nome de toda a direcção da CASA-CE. Permitam-me vos transmitir que tendes diante de vós vossos irmãos, vossos companheiros. Ficou demonstrado aqui que entre nós, não há tabus. Lá onde a direcção falha, os membros têm o direito de criticar, questionar, se necessário mudar. Esta é a postura da CASA-CE. Ao mesmo tempo podem ter também a certeza de que tendes diante de vós vossos irmãos, vossos companheiros, com os quais podeis contar em todas as circunstâncias. O nosso objectivo, é o nosso país. Nós somos os angolanos que faremos de Angola aquilo que nós queremos que seja, a Angola dos nossos sonhos.

 

Viva Angola

Viva os angolanos

Obrigado

 

Luanda aos 04 de Abril de 2013