Lisboa - O Tribunal Criminal de Lisboa condenou hoje a viúva do antigo presidente angolano Agostinho Neto, Maria Eugénia Neto, ao pagamento de 150 dias de multa e uma indemnização de dois mil euros pelo crime de difamação agravada. A multa terá o valor de sete euros/dia, num total de 1.050 euros.

Fonte: Lusa/SOL

Maria Eugénia Neto terá ainda de pagar dois mil euros de indemnização à queixosa Dalila Mateus, co-autora do livro Purga em Angola.


Dalila Mateus apresentou uma queixa-crime por difamação contra a viúva de Agostinho Neto após declarações que esta fez ao jornal Expresso em 2008.


Na entrevista ao Expresso, Maria Eugénia Neto referiu-se à autora do livro como "desonesta e mentirosa".


Purga em Angola (de que é também autor Álvaro Mateus) foi publicado em 2007 e refere-se a acontecimentos ocorridos no dia 27 de Maio de 1977 e nos anos que se seguiram ao movimento liderado por Nito Alves, opositor de Agostinho Neto, contra o rumo que o MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola) então seguia.


Segundo Dalila Mateus, que cita vários testemunhos, tudo leva a crer que 30 mil pessoas "foram sumariamente fuziladas" em Angola na sequência da contestação ao poder.

A defesa de Maria Eugénia Neto anunciou que vai recorrer da sentença.