Luanda  - O governador do Bié Álvaro Manuel de Boa Vida Neto manifesta-se desapontado com os rumores postos a circular sobre a qualidade da sua governação no Bié. Fonte: SJA Segundo ele, a imagem do governo da província tem sido desgastada por questões que não são da responsabilidade do executivo local mas sim, central. Os casos mais polémicos prendem-se com o caótico estado das estradas que ligam o Kuito aos municípios do interior bem como algumas estradas do casco urbano do Kuito que segundo o governante, já consumiram dinheiro dos cofres do estado mas não foram executadas. Boa Vida diz mesmo que a verdade sobre estas questões não esta a chegar ao Presidente da República. “Não queremos conflituar com os departamentos ministeriais, mas se a verdade sobre isto chegasse ao camarada Presidente, estas estradas já estariam asfaltadas.”- disse Boa Vida Neto apontando o dedo ao INEA e a outras empresas cujos nomes não avançou. O número um do executivo do Bié que falava em conferência de imprensa disse que as acções de âmbito central cujo andamento não responde às expectativas, desgastam o governo provincial e saturam a população. “É  esta verdade que tem de chegar ao camarada Presidente.”- alertou BN. De acordo com as explicações fornecidas por Boa Vida Neto soube-se que o Director Nacional de Infraestruturas quando se deslocou ao Kuito para apresentar o plano de desenvolvimento das cidades do Kuito e do Kunje, a arquitecta que o acompanhou deu como concluída a estrada do Kuito/Kunje. Em termos de pagamento BN admitiu que, provavelmente, já se tenha pago a totalidade, mas em termos de execução, nada foi feito pois a estrada está na mesma. “Eu estou numa fase em que já engoli os sapos todos da lagoa, mas agora não posso engolir também a água da lagoa se não vou morrer”- desabafou o governante para quem depois as consequências políticas têm de ser assumidas a nível local.“O que estou a dizer é que a verdade não está a ser dita ao camarada Presidente sobre o que se passa aqui no Bié”- sublinhou BN. Sobre o dossier da suspensão das aulas nos institutos superiores Ekwikwi II e Sol Nascente, o governador disse não ter ainda qualquer comunicação do ministério sobre o assunto, avançando que continua a espera da visita dos órgãos de tutela. BoaVida Neto disse estar solidário com os jovens bienos e recusa as alegações segundo as quais as duas intuições não têm condições infraestruturais para funcionar. “Não estamos a ser justos para com o povo bieno. Por que é que Luanda funciona como funciona? Será que as instituições do ensino superior de Luanda, Benguela, Sumbe, Huambo têm todos os requisitos estabelecidos por lei?” Para Boa Vida Neto mesmo nas universidades públicas existem dificuldades não tendo, contudo, este facto impedido que a questão fosse tratada de modo ponderado. O Governador disse estar de acordo com a necessidade do país possuir um ensino superior de qualidade, mas argumentou que este é um objectivo para ser alcançado de forma gradual, não devendo por conseguinte o Bié ser penalizado. BoaVida Neto defende que devia haver uma condescendência em relação ao Bié devido ao estado de destruição das suas infraestruturas, destacando que mesmo assim já se fez um esforço digno de louvor. O governador do Bié desmente as vozes que o apontam como sendo sócio das duas instituições, tendo desafiado os que o acusam, a recorrerem ao Ministério Público para se apurar a verdade dos factos.