Ndalatando – A cidade de Ndalatando, capital da província do Kwanza Norte, continua a registar a cada dia que passa onda de desmaios nas escolas, igrejas bem como nalguns locais públicos. Resultado: duas pessoas já morreram.

Fonte: Clube-k.net

O surto já faz das suas a mais de duas semanas naquela pequena cidade da “rosa de porcelana” sem nenhum esclarecimento dos órgãos competentes do governo local que até proibiram a reportagem das ocorrências dos casos nos órgãos públicos de comunicação social.

Muitos dos internautas locais comentaram a infausta situação nas redes sociais criticando o executivo do MPLA que insiste em esconder a pura realidade dos desmaios.

Algum tempo a esta parte, os desfalecimentos estão na moda e já fez dois mortos na cidade de Ndalatando, o pânico assolou já as escolas secundárias “Samora Moisés Machel”, escolas missionária “São João Baptista”, “Santa Maria Goretti” e “Santa Catarina de Sena” no bairro Sassa, escola “Comandante Hoji ya Henda”, da Camundai, “18 B Mahamba”, “333 Kipata”, escola do “Bairro Azul”, escola de formação de técnicos de saúde “Arminda Faria”, ex-IMS, complexo escolar “Comandante Benedito” e a igreja Católica “Maria Auxiliadora”, sita no bairro Kipata.

No domingo último foi assolada pelo surto que até agora não tem solução de ser estancada por parte dos médicos, em plena missa reservada aos jovens, mais de 80 adolescentes na sua maioria raparigas desmaiaram conforme avançou o pároco local da Congregação dos Salesianos de Dom Bosco em Angola, Padre José Lopez, perfazendo já mais de 400 vítimas desde o seu surgimento na região atacando maioritariamente as raparigas que diariamente desfalecem nas salas de aulas e locais de cultos e não só.

A nossa reportagem deslocou-se até aquela cidade que actualmente é palco das ocorrências dos desmaios e ouviu o professor Amaral Ganga que viu as alunas a desfalecerem em plena sala de aula numa manha de sol radiante. Atormentado com o sucedido recorreu a direcção de escola conseguindo levar apenas uma delas no hospital central de Ndalatando e o resto das aflitas deram entrada no hospital municipal de Cazengo, no bairro Catome, onde a desumanização dos serviços básicos de saúde é uma realidade, tudo porque as vítimas de desmaios são postas desumanamente em local desapropriados cuja medicação é bastante quantidade de água natural ou fresca.

Maria Kussondola é aluna de uma das escolas abalada pelo flagelo do momento, actualmente vive as sequelas do surto de desmaios. A mesma contou que corre o risco de deixar os estudos, pois já lá passa dias (desde 23/04) desde que foi arrasada pela moléstia. Hoje Maria continua a desmaiar em sua própria casa, sentindo efeitos colaterais que a roubo a voz durante três dias.

Atendendo o registo de onda de desmaios nas escolas daquela parcela do território nacional, nota-se agora maior índice de absentismo nas instituições de ensino afectadas pelo fenómeno do momento.

Segundo uma nota nº 26/GAB/RME/2013, datada de 24 de Abril do ano em curso, assinada pela chefe de repartição municipal de Cazengo, Cupertina Carlos Dias da Silva, distribuída nas escolas de Ndalatando, proíbe a entrada nas salas de aulas de qualquer tipo de pastas, sacolas ou outros corpos volumosos até novas orientações.

Infelizmente essa medida não está resultar efeitos porque as alunas, e até mesmo os leccionadores, continuam a sofrer da onda de desmaios nas salas de aulas, nos arredores das escolas e na via pública, deixando assim muitos traumatismos as vítimas e seus familiares.

Entretanto, a nossa reportagem procurou ouvir o corpo clínico dos hospitais central de Ndalatando e municipal de Cazengo que têm recebido muitas dessas vítimas, mas sem sucesso.

Dada a preocupação do momento, fica no ar a seguinte pergunta: Quais as estratégias que o Executivo de Henrique Júnior está a fazer para banir com este flagelo de desmaios nas escolas e noutros locais públicos da província do Kwanza Norte?