Luanda - A Pesquisadora da Human Rigth Watch para Divisão África considera que a Liberdade de Imprensa e de Expressão em Angola se encontra numa fase muito crítica.


* Agostinho Gayeta\ Jornalista
Fonte: Club-k.net

Para Liza Rimili a etapa crítica porque passa a Liberdade de Imprensa neste país lusófono da África Austral deve-se à compra de grande parte dos meios de Comunicação Social privados por entidades ligadas ao poder político angolano. “Os jornais tradicionais que antigamente mantinham o pluralismo da informação agora já não se fazem sentir desde que foram comprados por pessoas ligadas ao poder e a presidência”, assegurou.


A activista dos Direitos Humanos que recentemente esteve em Angola a fazer um trabalho de pesquisa disse por outro lado que as rádios, meios de comunicação mais abrangentes em Angola, também estão no mesmo diapasão. “Inclusive a Rádio Ecclesia. Houve uma grande viragem. Lembro-me de tempos em que a Rádio Ecclesia que era um fórum aberto para todas as vozes dissidentes também. Deixou de ser.


Na visão da activista, restam muito poucos espaços para debates, que é muito preocupante. “Vimos isto nas eleições (legislativas de Agosto de 2012), em que praticamente as queixas que iam surgindo dos cidadãos só saíam na Rádio Despertar que tem…Primeiro é da UNITA, segundo tem um raio de emissão muito restrito em Luanda, disse a defensora de Direitos Humanos, para que quem, o aumento do número de cidadãos que recorrem à Internet, com realce para as páginas sociais como os Blogs e o Face Book com o objectivo de informarem e de serem informados demonstra o nível de insatisfação com o serviço público prestado pela mídia estatal.


Para Rimili a TPA e a RNA são extremamente manipulativos ao ponto de deturparem e manipularem a informação. “ Cada vez mais as pessoas usam Blogs, usam facebook, mas naturalmente não tem o mesmo impacto. A população, por exemplo que não tem Internet, cada vez menos fica a saber o que realmente se passa, enquanto os mídia do estado são manipulativos, frisou.


A pesquisadora do órgão internacional de defesa dos Direitos Humanos (Human Rigth Watch\ Observatório dos Direitos Humanos) considerou por outro lado a imprensa pública angolana como uma “máquina de propaganda e de manipulação” à vista, o que faz com que resta pouco espaço para veiculação de notícias imparciais no país.


Às várias restrições dos Direitos fundamentais dos cidadãos praticadas no estado angolano Liza Rimili associou à Liberdade de Imprensa, a de Expressão, de Reunião e de Manifestação consagradas na Constituição da República aprovada em 2010. Segundo a Pesquisadora a situação está cada vez mais patente em Luanda, o que não era o caso no passado.