Bruxelas - O Presidente da UNITA, Isaías Samakuva, visitou este fim de semana os angolanos residentes na diáspora. Sábado na Holanda e Domingo na Bélgica, Samakuva disse aos presentes que “a diáspora é muito importante para a UNITA, porque sem vós a Nação não está completa”.

Fonte: Club-k.net

O Presidente Samakuva apresentou “as Dez Mentiras Sobre a história política recente do país”, ouviu as preocupações e aspirações dos cidadãos e convidou a todos a participar no movimento internacional da cidadania angolana para a mudança do rumo que país está a seguir.


“A guerra em Angola não  foi uma simples guerra civil. Foi uma guerra internacional entre diferentes actores com interesses diferentes. Os norte-americanos lutavam contra os russos, os cubanos lutavam contra os sul-africanos; os angolanos lutavam contra os cubanos, russos e namibianos, em solo angolano. A dimensão civil da guerra-fria em Angola foi causada pelo MPLA, que não respeitou os Acordos de Alvor e recusou-se a organizar eleições. Foi o MPLA que tomou o poder pela força em 1975, e não a UNITA” – revelou o líder da UNITA.


“Dizer que o conflito reacendeu, em Outubro de 1992, porque a UNITA recusou-se a aceitar os resultados das eleições, é outra mentira, porque a UNITA contestou as eleições de 1992, sim, mas aceitou os seus resultados, por escrito, atravês de uma carta assinada pelo seu lider, o Dr. Jonas Savimbi, em 15 de Outubro de 1992. Esta carta foi recebida pela Organização das Nações Unidas e faz parte dos seus arquivos históricos, conforme a Resolução do Conselho de Segurança da ONU número 793, de 30 de Novembro de 1992, na página web das Nações Unidas” – afirmou o Presidente da UNITA.


Relativamente à liberdade de imprensa, Samakuva contrariou os que insinuam que não há liberdade de imprensa em Angola porque é preciso proteger o interesse nacional.


“A Televisão e a Rádio de todos nós não dão espaço à oposição democrática para criticar o governo. Os textos dos jornalistas que criticam o governo, são censurados. A imprensa do Estado não veicula o pluralismo político que caracteriza o Estado multipartidário consagrado pela Constituição. Esta é a realidade angolana e o senhor Ministro da Justiça quer insinuar que estes ataques aos direitos e liberdades fundamentais dos angolanos são feitos para se proteger o interesse nacional”- elucidou. 


“Nós respondemo-lo para dizer que o interesse nacional não é o interesse dos governantes. Toda a informação de interesse público deve ser divulgada nos órgãos de comunicação do Estado. Os bens titulados pelo Presidente da República e sua família, por exemplo, no país e no estrangeiro, é uma informação de interesse público, e deve ser publicada”.


“As queixas crime contra o Presidente da República e seus colaboradores, é informação de interesse público que deve ser referida nos noticiários da TPA e da RNA. “...Ao não veicular nenhuma informação crítica contra o Presidente da República, atenta-se contra o interesse nacional”. “O interesse nacional é o interesse público, é o cumprimento da Constituição. O interesse nacional é a liberdade de informação, é a verdade eleitoral, é a transparência governativa, é a prestação de contas; o interesse nacional é o contraditório na informação, é a pluralidade na titularidade dos órgãos de informação. O interesse nacional não é ocultar os actos de corrupção dos que roubam o dinheiro ou os votos do povo” - concluíu.


Sobre o futuro governo da UNITA, o Presidente Samakuva explicou que “na selecção de pessoas para trabalhar e servir o país, como membros de um novo tipo de Estado e de governo, não  seremos guiados por filiações políticas, raça ou qualquer outro tipo de predisposição. Teremos um governo de angolanos, e não  um governo de um partido político. Vamos governar com tecnocratas e não  só com políticos”.


Os encontros foram abertos, elucidativos e muito calorosos. Decorreram em salas de hotel e foram seguidos de cocktail, organizados pela diáspora. Foram encontros de diálogo e confraternização entre cidadãos angolanos, a maioria dos quais não membros da UNITA. O Presidente Samakuva visitará amanhã a comunidade angolana na Alemanha antes de se deslocar ao Tribunal Internacional Penal, em Haia.


O texto integral das “Dez Mentiras” pode ser lido na página web da UNITA, em www.unitaangola.org.