Washington - O Secretário de Estado Norte-Americano, John Kerry, mostrou-se indisponível para receber o Ministro angolano das Relações Exteriores, George Chicoty, que tinha já uma audiência marcada e confirmada há quase um mês.
Fonte: Club-k.net
Seria recebido esta segunda-feira, 6
A visita de Chicoty a Washington deveria iniciar hoje, 6 de Maio, e incluía contactos com membros do Congresso e organizações da sociedade civil. Chicoty seria portador de uma mensagem pessoal do Presidente José Eduardo dos Santos ao seu homólogo americano.
Embora haja conhecimento de que John Kerry seguiu neste mesmo dia, 6 para a Rússia, a fim de se reunir com o presidente Vladimir Putin sobre a Síria, analistas conhecedores das relações bilaterais entre os dois países revelam-se divididos sobre as razões reais que estarão por detrás desta alteração pouco usual. Uns defendem a versão oficial, que é “uma questão de calendário face a alteração da situação no Médio Oriente”, outros admitem que se deve ao facto de Angola não ter feito progressos no capítulo dos direitos humanos, democracia e boa governação. Há, também quem aponte um suposto “efeito Samakuva”.
O líder da UNITA, Isaías Samakuva, esteve em Washington de 21 a 25 de Abril e entregou no Departamento de Estado o dossier “Queixa-crime contra José Eduardo dos Santos, Kopelipa & outros”; o dossier “Kamulinde e Cassule”, o dossier “Cabinda” e vários dossiers que documentam como a corrupção do regime empobrece cada vez mais a maioria dos angolanos.
Samakuva manteve contactos oficiais e informais com os vários círculos influentes da política americana que terão alterado a percepção dos americanos sobre a situação em Angola. Há, conhecimento de que os lobbies que a Cidade Alta mantém em Washington não conseguiram anular a investida do “Galo Negro”.
De recordar que as autoridades angolanas tem tentado desde 2012 um encontro a nível dos responsáveis da diplomacia dos dois países. Já em finais de Setembro do ano passado, a então Secretária de Estado norte americana, Hillary Clinton “recusou”, um pedido formulado, a partir de Luanda, pelo Ministro das Relações Exteriores, George Chicoty, a solicitar uma audiência que teria lugar em Nova Iorque a margem de uma Assembléia Anual das Nações Unidas.
A actual frieza que se atribuía aos Estados Unidos em relação a Angola é interligada a conduta que estes passaram a ter no seguimento da realização das eleições gerais de 31 de Agosto, ao qual manifestam duvidas quanto a sua autencidade.
O Presidente norte-americano, Barack Obama, aprovou, em 2012, uma directiva para África, com menção especifica para a Angola, dando prioridade a programas de promoção da democracia e boa governação.
Desde a subida de Barack Obama ao poder, os Estados Unidos da América adoptaram uma política de pressão contra os lideres políticos mundiais que se fazem eleger com recurso a métodos extra-eleitorais.