Paris  - O Presidente Samakuva iniciou a sua visita à França reunindo-se em separado com os responsáveis do governo pela política da França em Angola e com membros da comunidade angolana que se deslocaram de vários pontos da França para dialogar com o Presidente da UNITA.

Fonte: UNITA

Respondendo a certas deturpações do papel da UNITA na história de Angola, o Presidente Samakuva esclareceu que “o MPLA enganou o povo e deturpou a história durante muitos anos. Dizia que os da UNITA não eram pessoas, tinham cauda e queriam vender o país aos estrangeiros. Dizia que todos os males eram causados pelo Dr. Savimbi. Não havia água por causa do Dr. Savimbi. Não havia boa educação por causa do Dr. Savimbi. Havia pobreza por causa do Dr. Savimbi”.


“O Dr. Savimbi morreu, e o povo passou a viver pior do que no passado. Onze anos depois da morte do Dr. Savimbi, o sistema de educação está uma miséria. A saúde pública está um caos, a grande maioria dos angolanos está mais pobre e sofre mais. Morrem mais de 100 crianças por dia; os estrangeiros em Angola sentem-se mais protegidos pelo Governo de Angola do que os angolanos na diáspora. O estrangeiro facilmente se realiza em Angola, mas o angolano encontra em Angola ou na Embaixada de Angola todo o tipo de barreiras. Então quem é que vende o país ao estrangeiro?” – perguntou.

 
Muitos dos angolanos presentes na reunião manifestaram a sua profunda preocupação com o futuro do país em face dos ataques que o regime de José Eduardo dos Santos faz à identidade de Angola e às suas culturas, atravês da política tripartida de desvalorização da educação e do ensino para as maiorias, de aculturação da juventude e de agressão sistémica aos valores tradicionais que caracterizam a angolanidade.


Em resposta, o Presidente Samakuva assegurou que a UNITA partilha este sentimento. “A única saída é a mudança do regime”. E justificou: “A maior riqueza de Angola é o seu povo com as suas culturas maternais. Se não soubermos quem somos, então não podemos conduzir o país para o rumo certo”.


“Não podemos permitir que esta riqueza nos seja roubada por predadores, mesmo que utilizem o poder do Estado...não vale a pena falsear a história e subverter a identidade angolana. A História real de um país é aquela que resiste às sucessivas mudanças de governo”.


“Vemos sérios perigos a pairar sobre Angola e sobre a África. Angola está numa situação tal, que exige dos seus filhos coragem para consentir sacrifícios. Só um povo com coragem, que aceita consentir sacrifícios é que se liberta.... Ficamos encorajados de observar e sentir que este desejo de mudança, este sentimento de coragem também está aqui na França. Já estamos sob pressão, porque o povo quer que todos vamos às ruas. Fiquemos preparados, porque a mudança está a caminho, e a uma velocidade cruzeiro! Os africanos têm de tomar conta dos seus interesses no continente.” – afirmou.


“Os processos judiciais que desencadeamos, são parte da estratégia da mudança, que passa por se acabar, de uma vez por todas, com o ritual cíclico de fraudes eleitorais em Angola”.


Referindo-se à norma que proíbe ou limita a importação de veículos usados, o Presidente Samakuva disse peremptoriamente que tal medida visa proteger mais interesses privados do que o interesse público. “O meu governo vai abolir esta lei imediatamente. Vamos, no seu lugar, criar mecanismos para que, todos os anos, todos os carros no país sejam inspeccionados e só circulam os que estiverem em boas condições técnicas, não importa a sua idade”.


Aos representantes do Governo francês, o Presidente Samakuva transmitiu o ponto de vista da UNITA sobre a gravidade da situação politica, económica e social de Angola, realçando os factores de instabilidade no país e na Africa Central.


O Presidente Samakuva manifestou igualmente as suas apreensões face ao recuo do processo democrático angolano e as consequências negativas deste advento na vida dos povos de Angola e da África, em particular no respeito pelos direitos humanos dos africanos pelos seus governos e na paz mundial. 


Informou também sobre os princípios e medidas de política que um Governo da UNITA em Angola, eleito pelo povo, adoptaria para fortalecer a democracia e assegurar a paz e a estabilidade em África.


A reunião entre os representantes do governo francês e a UNITA decorreu num clima de respeito mútuo e registou convergência de pontos de vista sobre a evolução da política internacional, tendo as partes definido as vias mais apropriadas para o prosseguimento do diálogo, visando o reforço das relações entre os povos de Angola e da França.


À margem desses encontros, o Presidente da UNITA saudou o Embaixador da República de Angola em França e concedeu várias entrevistas a diferentes órgãos de comunicação social, que transmitiram ao público a mensagem do líder da oposição angolana com a liberdade, isenção e profissionalismo que só não se verifica na comunicação social do Estado de Angola.


O Presidente da UNITA desloca-se esta Segunda-feira à Comuna de Sauveterre de Guyenne, no Sudoeste da França, onde se reunirá com os membros do Poder Local para se inteirar do funcionamento daquela autarquia. 


Paris, 13 de Maio de 2013