Brasil – Antes de iniciar a minha reflexão, gostaria de advertir que o artigo não tem nenhuma intenção de carácter xenófobo. Finalmente, terminou o BAI-BASQUET. Apesar de ser adepto do Petro Atlético, estou feliz porque o 1.º de Agosto venceu. E por quê?
 
Fonte: Club-k.net

Porque a equipe técnica dos «Rubros Negros» é angolana, que por sinal, algumas pessoas foram gloriosos jogadores da imperiosa selecção sénior masculina de basquetebol.

Parabéns ao Paulo Macedo, ao Valter Costa, ao Sílvio Lemos e aos outros angolanos que fazem parte da gestão do basquetebol do 1.º de Agosto cujo nome não me lembro ou desconheço.

A vitória do « D’Agosto» também acalentou as minhas expectativas quanto aos prováveis (e na maioria já conhecidos) convocados da futura selecção Nacional que, se não houver outros improvisos, também será dirigida por um técnico angolano. Minha expectativa é ainda maior: vamos reconquistar o título no próximo Afrobasquet! Ainda temos equipa!

O que quero dizer mais neste artigo de opinião? É a moda que os gestores e dirigentes desportivos angolanos estão a seguir: contratar técnicos estrangeiros (muitos deles desempregados na Europa, propriamente em Portugal).

Infelizmente os gestores e dirigentes desportivos angolanos esqueceram que as maiores vitórias do desporto angolano, sobretudo no Basquete, no Andebol e no Futebol foram protagonizadas por técnicos angolanos. E muitos deles ainda vivem e estão no activo. Eles não aprenderam com frustração que o técnico francês nos causou no último Afrobasquete..., com a experiência de Manuel José no CAN... Enfim, não aprenderam...

A verdade é que a onda de contratação de técnicos estrangeiros para equipas angolanas de Futebol e Basquetebol, com argumento de que têm projectos de formação a longo prazo não tem trazido mais valia ao desporto angolano em geral. Onde estão as escolas de formação dirigidos por estrangeiros e quais foram os resultados?

Tentei perceber porque razões se contratam tantos técnicos estrangeiros nos últimos anos, muitos deles caídos no desemprego em Portugal e na Europa, e cheguei à conclusão seguinte:

a) Existência de complexo de inferioridade dos gestores e dirigentes desportivos angolanos. Eles pensam que os técnicos expatriados são melhores, só porque são estrangeiros (e brancos).

b) Existência de fraca capacidade de gestão desportiva profissionalizada por parte de muitos gestores e dirigentes desportivos angolanos.

c) Pelo volume de dinheiro que se paga no cômputo geral dos contratos (pelo menos do que ouvimos), o mais provável é que os dirigentes e gestores dos clubes tiram os seus dividendos, pois ninguém regula os contratos e não se sabe se pagam impostos.

d) Falta de valorização dos quadros angolanos. Esta atitude é generalizada no país.

Estou triste ainda porque a equipa de Futebol do Petro, depois da saída de Miller Gomes, angolano, e da chegada de um técnico estrangeiro português só está a perder!

Perante este quadro, o que fazer? O único caminho é a mudança de mentalidade não dos gestores e dirigentes, mas também dos sócios do club que devem destituir os gestores e dirigentes que não apresentam resultados.

Assim, se não houver mudança de mentalidade dos gestores e dirigentes desportivos, penso que é melhor mesmo trocarmos e importarmos também os gestores e dirigentes desportivos! Mas isso, também poderá ferir o meu patriotismo, infelizmente!