Luanda  - O Presidente José Eduardo dos Santos deu uma entrevista à estação de televisão portuguesa SIC e as suas respostas claras e precisas deixaram muita gente sem argumentos. Respondeu a tudo o que lhe foi perguntado, olhos nos olhos, com os telespectadores. As perguntas que podiam embaraçar, foram as que mereceram respostas mais precisas. Como aquela que deu à pergunta sobre o fenómeno da corrupção.

Fonte: Jornal de Angola

Dimensão de um estadista

Os detractores de Angola e do seu líder esgrimem a corrupção como se ela fosse um exclusivo dos angolanos ou nossa invenção. O Presidente José Eduardo dos Santos explicou que o problema é tão antigo como o Homem e existe em todos os países do mundo. Podia ter ficado por aí, mas preferiu jogar ao ataque. E esclareceu todas as dúvidas: em Angola o combate à corrupção é permanente e os corruptos são responsabilizados nos termos da Lei. Noutras paragens, os casos de corrupção são tratados nos órgãos de comunicação social, feitos Tribunais e julgados pelos jornalistas, arvorados em juízes. Em Angola também é assim, mas por cá, essas vozes não têm público porque lhes falta credibilidade e sobretudo legitimidade. Ninguém é capaz de dizer se alguma vez, em algum país, consegue erradicar a corrupção. José Eduardo dos Santos comprometeu-se a fazer tudo por isso. Se todos assumirem a mesma posição, pode ser que ela fique reduzida à sua ínfima expressão.


O regime angolano é uma democracia social que está a ser aprofundada e aperfeiçoada. As eleições comprovam o que disse o Presidente José Eduardo dos Santos na entrevista. Mas disse mais: o grande desígnio, hoje e no futuro, é a qualificação dos angolanos. A educação em todos os níveis de ensino está em marcha. Das grandes cidades às pequenas aldeias, as crianças têm escolas como nunca tiveram. Já foram construídos mais equipamentos escolares em dez anos de paz do que nos cinco séculos de colonialismo.  A liberdade só se realiza quando os cidadãos têm segurança, educação, saúde, emprego e habitação. Angola é um dos países mais livres do mundo e é liderado por um estadista como há poucos na actualidade.


José Eduardo dos Santos explicou que o aperfeiçoamento da nossa democracia vai de etapa em etapa até à erradicação da pobreza. Pode ser que os seus detractores tenham dúvidas. Mas também duvidaram quando disse que a Savimbi só restava,dialogar ou morrer em combate. Foi arrastado por maus conselheiros para a última batalha. José Eduardo dos Santos falava a sério.


Hoje fala a sério e é sincero quando diz que só descansa quando não existirem pobres em Angola. A missão é gigantesca e espinhosa. Mas quem comanda um povo durante décadas na defesa da democracia e da soberania nacional, vence todos os desafios, folgadamente.


Para os distraídos que internamente e na cena internacional falam do MPLA, o partido que José Eduardo dos Santos lidera, como uma organização sem ideologia nem programa, a entrevista esclareceu todas as dúvidas: o MPLA é um partido de esquerda. E no governo segue uma política de centro-direita para solidificar a reconciliação nacional, dando satisfação aos partidos da oposição representados na Assembleia Nacional que têm posições conservadoras e de direita. O radicalismo nunca foi do agrado de José Eduardo dos Santos. O carácter do líder de Angola foi bem vincado quando o entrevistador lhe pediu que falasse de um pormenor interessante ao longo dos anos de guerra e da construção da paz. Não podia ter arranjado melhor exemplo para mostrar a sua dimensão de estadista. Na festa da Independência da Namíbia, que o Presidente José Eduardo dos Santos foi dos principais obreiros, teve uma conversa breve com De Klerk, o presidente sul-africano da transição do apartheid para a democracia. Disse-lhe que devia seguir o seu exemplo e negociar com Savimbi, tal como ele estava a negociar com Mandela.


José Eduardo dos Santos respondeu que era completamente despropositado comparar um combatente da liberdade, que esteve preso quase três décadas, com Savimbi, um aliado dos que prenderam Mandela e impuseram o apartheid ao povo sul-africano. A conversa acabou ali. De Klerk teve de engolir o seu desaforo. Mas José Eduardo dos Santos, como sempre, não fechou as portas ao diálogo. Alguns meses depois decorriam conversações de paz em Bicesse. Quem é o estadista que mais admira hoje? – Perguntou o entrevistador. José Eduardo dos Santos recordou que nestes tempos conturbados onde impera a mediocridade, não é fácil escolher quem se tenha destacado na condução dos destinos dos países e povos. Mas acabou por referir Lula da Silva. Porque fez no Brasil aquilo que o seu Executivo está a fazer em Angola. Basta olhar para os últimos 30 anos para ver que o Presidente da República não podia fazer outra escolha, em coerência com o seu pensamento e a sua prática política.


José Eduardo dos Santos encerrou a entrevista dizendo que quer ser recordado na História de Angola como “um bom patriota”. Se todos fizessem tanto como ele fez pelo Povo Angolano desde o longínquo ano de 1961, Angola era seguramente o maior país do mundo e a pobreza estava erradicada há muitos anos. O Presidente José Eduardo é um grande estadista.