Luanda - São muitas vozes que se opõe à denuncias sobre as arbitrariedades praticadas pela polícia nacional. Deve-se recordar que o país conheceu um desenvolvimento cultural acentuado por parte dos cidadãos , por via disso os angolanos já conseguem e mesmo de maneira camuflada analisar de forma crítica as acções levadas a cabo pelos órgãos de soberania do estado, nomeadamente os órgãos policiais e os seus órgãos de apoio, apesar do freio de que são vítimas os órgãos de comunicação social neste país cuja população até merece ser melhor informado.
Fonte: Club-k.net
Me parece que a linha editorial escolhida pelo executivo nunca seria abandonada sob pena de ver os seus interesses coarctados, esquecendo-se que quanto mais se proíbe mais se cria curiosidade para um fenómeno.
Para dizer com muita franqueza que a polícia deveria por fim as atrocidades que tem levado a cabo no seio da população inocente declinando a responsabilidade à coitada oposição a quem essa nossa comunicação social raras vezes tem dado voz para promover o contraditório..
O caso mais flagrante foi o assassinato de um Marginal de que eu próprio assisti por ter acontecido ao lado da minha casa na cidade do Lubango ao lado das antigas oficinas dos Caminhos de Ferro de Moçamedes , cujos autores são policiais que antes de executarem o crime cercaram o quarteirão quando eram 19HOO, uma vez que só havia duas entradas que davam acesso ao local.
Considero crime porque Bartolomeu João Pascoal “Bartola”, 25 anos um dos assaltantes do Banco BPC Agência do Bairro Neves Bendinha no dia 19 de Fevereiro de 2010 acabava de chegar ao Lubango as 12H00 na cidade do Lubango numa viatura roubada e a polícia desembarcava às 16H00 de avião, porém não havia razão de matar o jovem tal como sucedeu uma vez que estava perfeitamente dominado pelos elementos da corporação que o perseguiam já que foi encontrado a contar o dinheiro subtraído daquela agência bancária e assim desta maneira viria a ser surpreendido por um agente a quem foi confiada a missão de entrar para dentro de casa, cuja acção foi antecedida da intoxicação da casa por um gás tóxico que imobilizava as pessoas provocando uma tosse excessiva da vítima . Depois de imobilizado o Jovem Bartola foi desferido um golpe de uma sabre sob o olhar temeroso de sua esposa que acabava ter o seu bebé naquela semana, e das suas duas cunhadas 21 e 10 anos respectivamente.
Para disfarçar, e como é hábito os agentes da polícia fizeram alguns disparos no ar tendo deixado por cima do cadáver uma arma Ak 47 velha e para fechar o episódio a DINIC apareceu para fazer a peritagem da arma e as munições supostamente "usadas" pelo marginal, etc, etc.
O dever da polícia nesse caso pontual seria capturar o marginal uma vez que estava dominado e faze-lo presente a instâncias judiciais.
De referir que Bartola como era também conhecido era filho de um oficial Superior das Forças Armadas (FAA) que se deslocou à cidade do Lubango para assistir as exéquias fúnebres do filho o qual terá lamentado a morte do filho naquelas circunstancias.
Mas esta é a polícia que temos.
Faço minhas as palavras de um líder da oposição o qual em declaração a voz da América disse e eu cito “a Polícia Nacional não tem cultura jurídica" aconselho desde já que era bom que a direcção do MININT reavaliasse o processo de admissão de novos agentes para que não tenhamos uma polícia de delinquentes. Seria bom que desmobilizassem elementos das F.A.A que já trazem alguma cultura patriótica e em substituição destes efectivos dever-se ia pegar esses jovens que procuram pelo primeiro emprego que tal como sabemos essa medida foi tomada para ressalvar o erro do PR na sua entrevista a SIC quando considerou os jovens manifestantes como “frustrados” que não tinham tido sucesso na vida escolar ou no mercado de trabalho.
Abaixo vem o extracto da notícia da morte de Bartola retirada do Jornal O PAIS cuja fonte foi a Polícia Nacional cuja informação em nada tem a ver com o que aconteceu, não tendo havido troca de tiros e nem sequer houve resistência por parte de Bartola numa clara violação dos direitos humanosº
«Morte dos líderes
Os dois supostos líderes da rede de assaltantes de dependências bancárias, em Luanda, nomeadamente António José dos Reis Chaves “ Tony da Quibala”, 27 anos, e Bartolomeu João Pascoal “ Bartola”, 25, foram mortos na última semana numa troca de tiros com a Polícia Nacional, durante uma operação que visava a sua captura.
O primeiro superintendente-chefe Jorge Bengui disse que durante a detenção de Tony da Quibala, ocorrida no bairro comandante Dangereux, município do Kilamba Kiaxi, ele mostrou resistência e efectuou disparos contra o seu efectivo. Provocou ferimentos leves no braço esquerdo de um agente da corporação, cujo nome não foi revelado, mas que foi apresentado à imprensa.
Os dois cidadãos abatidos eram foragidos da cadeia de Viana, onde cumpriam penas efectivas de oito anos, por cumplicidade em várias acções do género.
Tony da Quibala esteve detido com o processo-crime número 1170/05-3, enquanto Bartola esteve na cadeia diversas vezes pelas mesmas razões com o processo-crime 1383/08-03. Indicados como responsáveis pelo assalto à dependência do BPC, os três marginais foram localizados em separado nas províncias de Benguela, Luanda e Lubango (Huíla), onde se refugiaram depois de desenvolverem as acções na capital angolana.
Na esperança de tranquilizar a população, Jorge Bengui garantiu que a Polícia vai utilizar todos os meios ao seu alcance para fazer fase à onda de assaltos às dependências bancárias.
A Polícia Nacional apreendeu ainda nove viaturas de luxo de todo terreno, das quais duas roubadas na via pública para serem utilizadas durante os assaltos e outras adquiridas com o dinheiro dos roubos.
Entre os carros estão três Mitsubishi L200, um Toyota Land Cruiser, um Hyundai Santa Fé, dois Hyundai Tuckson, um Hyundai Getz e um Toyota Hiace e sete armas de fogo»".