Discurso Alusivo ao 41° aniversário da fundação da  LIMA.
Excelentíssimos Membros da Comissão Política residentes em Menongue; Membros do Secretariado Provincial do Kuando –Kubango; Caríssimos membros da Liga da Mulher Angolana
Ilustres membros da JURA
Prezados convidados;
Minhas senhoras e meus senhores!

Saudamos efusivamente os nossos ilustres presentes que muito nos honram com a sua presença para juntos comemorarmos o 41º aniversário da Liga da Mulher Angolana (LIMA), nestas paragens do Kuando-Kubango.

Volvidos 41 anos após a fundação da LIMA, inclinamo-nos perante a memória do saudoso presidente Dr. Jonas Malheiro Savimbi que em 1972 no Kutaho Massivi, província do Moxico fundou a organização feminina da UNITA que viria ser referida pelo 3° Congresso do partido em 1973.

Estávamos em pleno sistema colonial português em que o povo angolano sofreu uma dominação total, politica, económica, social e cultural. Importa relembrarmos a história de resistência do nosso povo e a história da nossa terra.

A resistência contra a dominação colonial portuguesa conheceu várias etapas e também revestiu – se de várias formas de luta. Nesta resistência heróica cabe – nos destacar que em todos esses momentos a Mulher Angolana esteve sempre presente.

Durante a longa noite colonial a situação da mulher, é percebida sob um ângulo de subalternidade em relação ao homem, na maior parte das sociedades cabia ao homem o direito á decisão, á palavra, ao conhecimento, condições nele reunidas que lhe garantiram a sua vocação “natural” ao poder e á sua superioridade em relação á Mulher porquanto tal vocação proporcionava – lhe disponibilidade para se dedicar a uma série de actividades consideradas então superiores.

 A visão comum do papel e função da mulher na sociedade (como sendo fundamentalmente vocacionada ás actividades domésticas e á maternidade) fizeram já o seu tempo e são por demais conhecidas no mundo do debate académico. Essa perspectiva centrada sobre a natureza biológica de cada um dos dois sexos fez o seu percurso particularmente no Ocidente.

Com o avanço das tecnologias e o desenvolvimento da mulher, participando nas mais diversas actividades ao lado do homem funções antes consideradas apenas como aptidões específicas destes, as mulheres ganharam nova imagem.

Passaram a ser cada vez mais consideradas e observadas na sua diferença natural biológica em relação ao homem e dai como sendo uma parte do género humano – a família – que contempla a outra parte – a parte masculina, em que só ambos – numa posição de complementaridade podem conduzir à continuidade da vida individual e social na do desenvolvimento da humanidade lançarmos um olhar a história chegamos à conclusão de que “ a história da participação política das mulheres tem pouco mais de um século”. E nós acrescentamos que é neste século que a LIMA fez os eu percurso histórico e brilhante de 39 anos.

As lutas e conquista da LIMA pela participação feminina na política fizeram desta organização, o instrumento por excelência da UNITA para falar em nome de todas as mulheres angolanas que não têm voz.

O envolvimento das mulheres na luta nacionalista foi, não obstante circunscrito pelas relações de género prevalecentes e as mulheres foram preferencialmente formadas e responsáveis por áreas convencionalmente “femininas” afectas aos assuntos sociais e serviços de apoio logístico, porém a LIMA no seu esforço de participação activa e efectiva ao longo do tempo provou a sua capacidade e as mulheres tinham treinos militares tal qual os homens, desempenhavam as tarefas de oficial dia, Polícia Militar (PM) faziam rondas nocturnas, para garantir a segurança dos acampamentos, neste percurso destacamos mulheres como Eunice Sapassa, Vinona, Laurinda Chissako, Isalina Kawina, Augusta Sakuanda, Salomé Epolua Chinhama, Donita Nasegunda, Slia Mukumbi, Catarina Ululi,  e outras.
 
A resistência contra a dominação colonial Portuguesa conheceu várias etapas e também revestiu – se de várias formas de luta e em todos esses momentos a mulher angolana esteve sempre presente.
 
A mulher participou activamente na produção agrícola para apoiar os combates, a sua participação na clandestinidade na luta contra a dominação colonial portuguesa, leva – nos a destacar nomes como Amélia Edite Epalanga, Delfina Nené, Tita Malaquias, Vitória Chipongue Cedcilia Moreira, Maria Nakamela, Guilhermina Mandele Chitekulo, Maria Etossi Chinhama, Natália Kussia.

Muitas mulheres conheceram as masmorras da PIDE DGS indo parar às cadeias de São Nicolau como, Violeta Chingunji, Maria Alimo, Celestina Jamba outras destacaram – se como grandes activistas e mobilizadoras como Constança Kulanda, Piedade Nacimba, Judith Bândua que se notabilizou na educação introduzindo métodos modernos do ensino da língua Francesa nas áreas libertadas da UNITA.

Conceição Vunge, Madalena Kapamba vítimas do conflito pós eleitoral de 92 em Luanda. Outras ainda vítimas da intolerância politica, Maria da Conceição em Luanda, Paulina Chinossole no Huambo, e tantas heroínas que contribuíram para o engrandecimento da historia da LIMA.

No dia da celebração da fundação da LIMA gostaríamos de render homenagem a todos os que deram as suas vidas em prol da reconciliação nacional e da democratização de Angola.

As celebrações do 41º aniversario da LIMA, realizam – se sob o lema: “LIMA - Liga da Mulher angola, Mulheres unidas em defesa da Democracia e dos Direitos Humanos em Angola”.

Nesta hora de grande alegria em que a LIMA comemora mais um aniversário da sua existência importa destacar de entre outros os seguintes objectivos que se propõe:

a) Assegurar a luta da mulher Angolana em prol da igualdade de direitos e oportunidades, garantindo a sua dignificação e valorização.

b) A defesa e protecção dos direitos da mulher.   

c) Promover a inserção de não menos de 3% de mulheres nos lugares de tomada de decisão nos órgãos do Partido, no Parlamento, no Governo em todos os níveis, e em todos os sectores da vida da Nação.

d) Incentivar as mulheres para a instrução, aprendizagem e formação técnica profissional.

e) Assegurar a eolização da família.

f) Assegurar a protecção dos direitos da criança.

Meus senhores,
Minhas senhoras,
Camaradas!

A luta pela dignificação do angolano encabeçada pela UNITA não vai terminar enquanto o autóctone não tomar conta do poder usurpado por uma minoria de nacionalidade duvidosa em detrimento do verdadeiro angolano que sofre na Pátria do seu nascimento.

Andemos com coragem e firmeza porque temos razão. Andemos com coragem e firmeza ao encontro do nosso destino.

Os desafios que se avizinham apelam-nos por uma responsabilidade mais ajustada e elevada.
Chegou a hora de resgatarmos o poder das mãos da oligarquia que se acaparou pelo poder em Angola, sacrificando, o angolano na Pátria do seu nascimento.

Para terminar, suado em nome desta data, todas as mulheres angolanas em geral e do Kuando-Kubango em particular enquadradas na LIMA almejando-as felicidades e a pautearem com vigor no papel de mãe educadora.

Bem haja Angola
Bem haja a UNITA
Bem haja o 18 de Junho
Unidos venceremos.

Menongue, aos 15 de Junho de 2013