Luanda  - Discurso pronunciado por José Eduardo dos Santos, Presidente da República de Angola, no encontro com Associações Juvenis e Estudantis

Fonte: Angop

ImageSENHOR MINISTRO DA JUVENTUDE E DESPORTOS, SENHOR PRESIDENTE DO CONSELHO NACIONAL DA JUVENTUDE, ESTIMADOS CONVIDADOS, CAROS JOVENS,

Estão aqui presentes os dirigentes das Associações Juvenis e Estudantis mais representativas do país e é com muito prazer que saúdo em vós toda a juventude angolana, de Cabinda ao Cunene, desejando a todos os jovens boa saúde e muitos êxitos no seu trabalho e estudo.

Hoje, na nossa sociedade, as pessoas exprimem as mais diversas opiniões sobre o comportamento e a atitude da juventude na sociedade e face aos problemas nacionais.

Uns dizem que os jovens não respeitam os nossos usos e costumes nem as nossas tradições, mesmo quando elas não são negativas; que não assimilam os princípios e valores morais e éticos de que são portadoras as gerações dos seus pais e avós, revelando uma educação deficiente ou mesmo falta de educação.

Outros afirmam que os jovens estão a consumir cada vez mais bebidas alcoólicas e drogas proibidas, envolvendo-se por vezes em actos anti-sociais. Isto é verdade, mas também é verdade que é uma minoria que tem esse comportamento e essas atitudes negativas.


A imensa maioria dos jovens deste país tem uma consciência política e patriótica elevada, é educada, está consciente dos seus deveres e contribui para o desenvolvimento nacional. É por isso que devemos trabalhar todos juntos - Governo, Partidos Políticos, Igrejas e Sociedade Civil em geral - para recuperarmos todos os que se estão a desviar do caminho certo, estudando bem as causas desse comportamento e encontrando para ele as soluções adequadas.

Em todas as etapas e fases da nossa História a juventude foi sempre a força principal em que os dirigentes máximos se apoiaram para conseguir transformar a sociedade. Foi sobretudo a juventude que pegou em armas para combater contra o colonialismo e para vencer as forças do Exército do 'apartheid' no Cuito Cuanavale e foi também a juventude que criou as condições no terreno para a obtenção da paz.

Agora, na fase da reconstrução nacional, a força activa, a força de trabalho para a mudança, continua a ser maioritariamente constituída por jovens. São sobretudo jovens também os que estão nos nossos centros de formação profissional, nos institutos médios e superiores e nas universidades, a prepararem-se para o futuro.

o Governo apostou sempre na juventude. A maior parte dos seus programas destinam-se à resolução dos problemas dos jovens, porque eles constituem a maioria da população. É evidente que ainda não alcançámos a prosperidade para todos e não vivemos num mar de rosas. Mas vencemos o abismo em que nos encontrávamos e em que o país parecia não ter futuro.

Agora temos também desafios, como tivemos no passado, mas construir um futuro para todos está ao nosso alcance. Basta que cada um - dirigente, quadro, trabalhador, professor, empresário, homem, mulher, jovem, etc. - assuma com consciência o seu papel social e no seu posto realize o trabalho que lhe cabe.

Para o país, ontem foi pior do que hoje e o amanhã pode ser melhor do que hoje. Tudo depende de nós. É preciso acreditar, ter confiança em nós próprios e trabalhar juntos. O bom futuro para todos só pode ser o resultado de um bom trabalho de todos feito a favor do desenvolvimento da Nação angolana.

O Governo continua a contar com a participação de toda a juventude. Neste processo, é fundamental o diálogo e a concertação de ideias para a procura de consensos à volta de programas e projectos de interesse colectivo, porque reforçam a compreensão e facilitam a mobilização para a aplicação prática desses projectos.

o Governo e as Associações Juvenis e Estudantis podem aprimorar as Vias desse diálogo para que seja mais fluido e útil para todos e para o país. Angola está em reconstrução e todos os que por aqui passam dizem que o país está a mudar para melhor desde que conquistámos a paz. É preciso defender a paz, manter viva a esperança e a confiança no trabalho do nosso povo.

Eu agradeço a vossa presença e vou ouvir agora as vossas declarações e preocupações.
Estamos juntos!