Menongue – Cerca de 3200 militantes do MPLA (partido no poder há mais de 37 anos) abandonaram recentemente as fileiras do “partido dos camaradas” na província do Kuando Kubango e decidiram ingressar, espontaneamente – sem serem corrompidos com emprego e outros bens materiais – na formação liderada por Isaías Samakuva.

Fonte: Club-k.net

A informação consta no “comunicado final” da IV Reunião Ordinária realizada pelo secretariado provincial da UNITA no Kuango Kubango nos dias 28 à 29 de Junho do corrente, sob os auspícios do artigo 35.º dos estatutos daquele partido, enviado a este portal noticioso.

Durante a certame presidida Ernesto Kambinda Mbaku, secretário provincial, e que contou com a participação de 120 membros provenientes de todos os municípios que compõem aquela região, foram abordados várias questões relacionadas (política, social e económica) as famosas “terras do fim do mundo”. A par isso, os “maninhos” avaliaram igualmente o nível de crescimento daquela formação fundada por Jonas Savimbi em 1966.

Após os debates sobre as questões supracitadas, os participantes chegaram as seguintes conclusões:

O ambiente político da província do Kuando Kubango é caracterizado pelos actos de intolerância política, mormente nos municípios de Menongue, Rivungo, Cuangar, Kalai e Mavinga, com registo de retiradas de bandeiras do galo negro.

Detenções arbitrárias dos senhores Alexandre Sassule aos 26 de Março do corrente no Rivungo, e de José Andrê Quiela aos 27 de Maio do corrente pelo senhor Adelino Calui, inspector da polícia nacional do Calai;
Os incêndios das casas dos senhores Joaquim Lucas, Mateus Kandingo, Mampeu Ndumba, e Simão Kaula, militantes da UNITA, praticados pelos senhores Beny Chiti e Shamuhala Yambangu militantes do Mpla no município do Calai, aos 15 de Junho de 2013, cujos prejuízos calculam-se em 4.500 000.00 kwanzas; as perseguições dos senhores Fernando Mbongi, Mateus Mbimbi e Lino Muenho na aldeia Muanai pelo soba Ndjameni Kalihonda por terem participado no programa de inauguração do comité local da UNITA em Massokuedi/Calai.
Para estes acontecimentos a IV Reunião do Comité provincial insta ao Governo que os causadores sejam lhes imputadas as responsabilidades.
   
SITUAÇÃO SOCIAL:

No quadro da saúde regista-se a negligência do governo provincial em acudir as populações vítimas do surdo epidemiológico que levou 57 vidas na aldeia Kanhongo, município de Menongue e cerca de 89 no município do Rivungo;

Falta de medicamentos nos hospitais estatais a nível da província. Sobre a educação; a falta de professores e de salas de aula está na base da existência de 29 mil alunos fora do sistema de ensino; A energia eléctrica e água potável é uma realidade longe das populações;

Os agentes da Policia de Intervenção Rápida, na cidade de Menongue, exercem um papel que não lhes dizem respeito relativamente a regulação de trânsito.

SITUAÇÃO ECONÓMICA:

A seca que assolou a província criou transtornos no rendimento da produção agrícola, pelo que, o Governo deve prestar maior atenção a essa situação.   
É positivo o cumprimento da aplicação dos programas e as orientações emanadas do Congresso e da Comissão Politica do Partido. O crescimento do Partido ao nível da província foi marcado com a entrada de cerca de 3200 novos membros.