Lisboa - A falta de acção que se atribui a actual direcção da Ordem de Advogados de Angola (AOO) em demitir-se do seu papel interventivo em matérias jurídicas, como acontece com a sua congénere portuguesa, é associada a vinculação do seu bastonário Hermenegildo Cachimbombo (na foto) e o MPLA, na pessoa de Dino Matross.

Fonte: Club-k.net

Hermenegildo Cachimbombo deve a sua eleição ao Secretário Geral do MPLA, Dino Matross cujo apadrinhamento foi crucial. Na altura das eleições na OAA, o forte candidato ao cargo era Manuel Pinheiro, um advogado formado em Cuba que tinha o melhor programa de reforma e propostas.

No período da pré- campanha a ala de Dino Matross, teria convocado Hermenegildo Cachimbombo para lhe transmitir apoio incondicional. A argumentação para o apoio, por parte do “partido” foi de que a Ordem dos Advogados não deveria parar nas mãos de um elemento que foi director de gabinete de um ex-ministro da UNITA.

O ex-candidato Manuel Moreira Pinheiro, embora nunca tenha sido militante da UNITA, foi no passado assessor do ex-ministro da Saúde Sebastião Veloso que estava no cargo por força dos acordos de Lusaka de 1994, entre o governo e a UNITA.

Ao advogado Moreira Pinheiro, foi lhe movido uma campanha desfavorável acabando o mesmo por sair da corrida. Hermenegildo Cachimbombo acabaria por concorrer com um candidato menos expressivo, Miguel Faria de Bastos.

Para além de estar inativo, Hermenegildo Cachimbombo foi este ano visto a desempenhar acções descritas como do interesse do regime. Foi ele que em cooperação com a procuradoria da república que procurou expor, na TPA, o jurista William Tonet, pondo em causa as suas qualificações académicas.

A Ordem dos advogados nunca é vista a pronunciar-se sobre casos de injustiças, prisões preventivas ou a prestar pareceres sobre a inação da conduta da procuradoria-geral da República quanto aos processos judicias movidos contra colaboradores directos do Presidente José Eduardo dos Santos e outros, por praticas de corrupção.