Luanda – Em função da notícia divulgada, em primeira mão, por este portal na última sexta-feira, 24, intitulada “Denúncia: Novo vídeo de agressão policial na Comarca de Luanda”, o Ministério do Interior alega (através de uma nota de imprensa a que tivemos acesso) ter procedido, esta segunda-feira, 26, abertura de um inquérito para se apurar a veracidade do vídeo amador (com duração de 5 minutos e 38 segundos).

Activista exige a demissão do ministro do Interior

Fonte: Club-k.net

O ministério do Interior – de acordo com o documento – garante que “tal como se verificou no processo anterior, do motim registado na mesma cadeia, a 12 de Setembro do ano transacto”, a sua direcção vai apurar a veracidade dos factos e, consequentemente, responsabilizar os presumíveis autores deste violento acto.

A referida nota revela ainda que este acto bárbaro – protagonizado pelos efectivos da Polícia Nacional, Serviços Prisionais e do Serviço de Protecção Civil e Bombeiros – a reclusos indefesos foi, estranhamente, registado no dia 19 de Março de 2012, na Comarca de Viana (localizado no município com o mesmo nome) e não na Comarca Central de Luanda, como referiu primeiramente este portal.

No entanto, este órgão de segurança solicita a colaboração dos cidadãos para a denúncia destes actos que, segundo a nota, põem em causa a abnegação dos funcionários do ministério do Interior que, dia-a-dia, trabalham para o seu engrandecimento, reiterando a sua inteira disponibilidade para que actos similares e que envolvam efectivos, afectos aos diferentes órgãos deste ministério, sejam prontamente denunciados.

Confrontada com a referida nota de imprensa, a activista Helena Gomes assegura que este órgão está simplesmente atentar desmarcar-se do “comportamento satânico” dos seus funcionários. “Isto não passa de uma atitude maquiavélica para o inglês ver. Porque, diariamente, centenas de cidadãos são agredidos e torturados pela polícia, em todos cantos do país, e são puro e simplesmente ignorados quando vão apresentar queixas nas esquadras”.

A activista argumenta que num país democrático, o chefe do executivo deve de imediato exonerar o ministro do Interior, Ângelo Viegas, e o comandante geral da polícia, Ambrósio de Lemos. “Este seria sim uma atitude correcta que o Presidente da República, José Eduardo dos Santos, devia tomar”, rematou.