Por mais que me sinta solidário do meu partido não me posso permitir ficar calado e, portanto, lanço um grito de alerta para o que actualmente se está a passar na Missão Diplomática Consular na África do Sul (MDC).

O mal vem de há bastante tempo atrás, praticamente desde que o Sr. Isaac dos Anjos deixou de ser chefe dessa Missão, e, antes de mais nada, constitui uma prova. de que nos tempos de hoje ainda muitos dos dirigentes e representantes do Estado Angolano não sabem comportar-se à medida dos seus cargos, ou pior ainda, não conseguem perceber que só respeitando o eleitorado é que conseguirão manter-se no poder a nível do parlamento como do governo constituído pelo partido que o mesmo conduziu à vitória.

Intrigas nos meios políticos sempre houve. No período de chefia da MDC aqui referida pelo ex-embaixador Isaac dos Anjos, as intrigas eram desfeitas na hora e de caras pelo próprio embaixador, sempre que algum funcionário, fosse quem fosse, se chegasse a si em bajulação falando de outro colega de trabalho. O Sr Isaac dos Anjos tinha a preocupação imediata de colocar frente a frente o queixoso e o queixado, a base de que quem não deve não teme e porque as evidencias determinam os factos, punha-se tudo em pratos limpos na hora, ficando o intriguista advertido de não poder repetir mais a mesma a acção.

Mas, muito particularmente de há três anos para cá, a Adida Financeira, Sra Leonor Carlos, extravasa a autoridade dos seus superiores hierárquicos e diplomatas de carreira, quando ela, conforme se comenta internamente e por conhecedores na matéria, nem diplomata é, e permite-se destratar os funcionários seniores da MDC, os estudantes e mais ainda, por gozar de protecção: Aí é que está o problema - A protecção!

Outro dos grandes problema da MDC é a falta de definições de competências executivas dentro daquele edifício com a bandeira da Républica de Angola na Schoemem Street, em Pretoria que, pelo respeito que perdeu junto da comunidade, é chamada de ninho de cobras ou kimbo-sanzala,  mas cinco estrelas, dado o luxo excessivo daqueles diplomatas (só de título), ostentado em frotas sempre renovadas de Volvos último modelo e casarões a gosto e expensas muito grandes, não se sabe se constitucionais ou não.

Diz-se que o tal calcanhar de Aquiles consiste na desautorização entre colegas e criação de intrigas. Se pelo menos existisse um jurista ou alguém justo por perto com autoridade para pôr regras a tal insubordinação...mas não há.

Ao contrario disso há confirmações de que o Sr Agostinho Mendes de Carvalho Jr., Chefe do Sector Consular, em pleno ambiente de copos no restaurante Português "Pipas" em Pretória na companhia de dois ex-funcionários da Embaixada um dos quais o Sr Pilartes, ex-Adido de Imprensa e o ex-responsável pela Cultura da embaixada, depois de ter consumido exageradamente muitas garrafas de cerveja heineken - habito contraído na Alemanha -, pôs-se a acusar os próprios cidadãos angolanos de serem ilegais e de darem muito trabalho ao sector consular por ele chefiado, pronunciando-se empiricamente, contrariando os objectivos legais do seu dever, não se esquecendo de se gabar de que, sendo filho de quem é (xará do pai) e pelos segredos políticos que conhece, tem o país nas suas mãos, alem de se sentir seguro e folgado no cargo que exerce na embaixada por ser primo em primeiro grau do pacato Embaixador Miguel Gaspar Fernandes Neto a quem aconselha e de quem se aconselha.

Estes e outros procedimentos negativos dos funcionários da embaixada angolana em Pretória,  dentro e fora da MDC, tiveram fortes repercussões como:

1) Os comentários de que o Sector Financeiro da embaixada não presta contas dos gastos exagerados e desnecessários que faz porque nunca há dinheiro disponível para as despesas necessárias e inadiáveis chegando a faltar constantemente o sinal de Internet na embaixada em período de uma semana, nesta era da globalização, cortam a energia na residência dos funcionários, inclusive na do embaixador já aconteceu, falta material de escritório.

2) Os bolseiros queixam-se que o dinheiro das suas propinas são usados dentro do sector financeiro da embaixada para fins individuais até a obtenção de lucros, criando-lhes sempre problemas com as direcções das escolas.

3) O caso da cidadã Angolana proveniente da Namíbia que perdeu os documentos pessoais na África do sul e recorreu a embaixada Angolana para tratar da sua legalização. Por falta de conhecimento do seu dever o Sr Agostinho Mendes de Carvalho mandou a Sra de volta à Namibia sem solução o que originou na intervenção das autoridades Sul Africanas que regressaram com a referida cidadã a embaixada de Angola em Pretória sob seus cuidados transmitindo verbalmente ao Sr Agostinho de Carvalho os conhecimentos sobre o seu dever como chefe do sector consular da embaixada ao serviço da sua comunidade.

4) A violação dos estatutos por parte da Sra Eunice secretária particular do Embaixador Miguel Neto que sem consultar o seu chefe directo nem outros diplomatas, proibiu um cidadão angolano de referencia na comunidade de entrar na embaixada, simplesmente porque este denunciou ao embaixador que esta estava a esconder ao chefe da MDC os pedidos de audiência que já havia feito repetidas vezes. A propósito, reclamação esta feita pela maioria da comunidade fazendo criar a ideia de que a maioria dos funcionários da nossa MDC na África do Sul não sabem, o que é uma embaixada. Deixam a impressão de que a embaixada é o suporte da sua vaidade e a camuflagem da sua ignorância, o que lhes permite virar as costas a comunidade (razão da sua existência) sentindo-se superiores aos membros da comunidade angolana naquele país.

5) Todos os recrutados locais são incondicionalmente discriminados. E diga-se em abono da verdade que esses é que são os executores do trabalho da embaixada porque também é que conhecem o país, a língua, e o trabalho porque já vêm doutras missões anteriores e têm troca de experiências com os sul africanos. Até porque a maioria cresceu lá. A Cláudia ex-funcionária angolana da secretaria, abandonou a embaixada passando de um salário de usd 300 na embaixada para usd 1000 numa empresa Sul Africana num pais onde a renda de casa não está a baixo de usd 300, além da alimentação, escola dos filhos e saúde. 


O mesmo procedimento teve a Alba ex-funcionária do sector de finanças que saiu pelos mesmos motivos mais as imposições da Sra Leonor Carlos.

Esta última, adida financeira, não deixa o Sr Morais, Adido Administrativo, trabalhar, forçando os seus funcionários a intrometerem-se desrespeitosamente no seu trabalho. Sobrecarrega discriminatoriamente os seus funcionários porque, como se fala dentro e fora da embaixada, ela não entende nada do trabalho do sector a que foi nomeada, tendo várias vezes alegado que nunca havia assumido tal volume de trabalho antes, razão pela qual só funciona consoante o apito do faz tudo e mantém a sete chaves consigo o Sr Serafim Albino, o baixinho da epiderme, que, temendo os tormentos de despedimento diz sim a tudo, chegando a pontos de se desfazer de feriados e fins de semana para ir passar esses dias de seu direito de descanso a trabalhar em casa da chefe sem subsídio nem horas extra.

6) O sector de imprensa antes não aceitava outros funcionários porque o adido anterior também não tinha trabalho para apresentar. Confirmou-se o factor incompetência. O actual é competente e muito matreiro e até sabe dominar bem os círculos de influência do seu trabalho, a começar pelos colaboradores directos do Ministro Rabelais. Aproveitando o velho habito da intriga nos órgãos do Estado sob o princípio de quem queixa primeiro é quem é amigo do chefe (e a priori ganha razão porque as outras partes não são ouvidas) e sob o encosto do tio, do Kremilim, Dino Matross de quem é xará e usa do nome para receber a vénia dos chefes que além de bajulados também bajulam no edifício cor de tijolo, sede das ordens de excussão (boas e más para a sociedade angolana-dependente do ponto de vista e da diferença de opinião de cada cidadão).

Como quem não queria nada, conseguiu apunhalar pelas costas muitos dos seus colegas desde os graúdos aos não graúdos, com ministros conselheiros, conselheiros e secretários à mistura.

Com o suporte do bajulador do tio (da Missão diplomática) afastou e ocupou o lugar do antigo responsável do sector da Cultura que muito fez e aguentou esta área da embaixada desde a chefia da missão do embaixador Isaac dos Santos. E com o consentimento dos bajuladores do tio (do Ministério da Comunicação Social) violou o estatuto e sob a impressão de um certo absolutismo, nomeou a sua esposa a assistente de imprensa, sem que esta pertencesse nunca, a nenhum órgão da comunicação social, nem nunca ter exercido tal oficio.


O staff do Ministro da Comunicação Social apoia tais procedimentos, esconde isto do Ministro, ou este não quer ser incomodado pelo tio do Kremilin? E onde é que fica o Chefe da Missão Diplomática (CMD) neste cenário viciado?

Tão viciado que a Sra. Domingas Pacheco, funcionaria angolana mais antiga e dominadora dos dossiers da embaixada, preferiu tornar-se babá por 100 usd só para se ver livre da discriminação e das culpas que era obrigada a assumir para camuflar a chefe Leonor dos erros de incompetência laboral e dos excesso de competência (as intrigas).

Aqui fica um alerta ao Sr Ministro Assunção dos Anjos, a estes comportamentos na Africa do Sul. Ao manterem-se tais procedimentos, o “Kimbo” angolano na África do Sul será sempre um ponto negativo de referências e gerador de consequências indesejáveis.

Enquanto os funcionários não tiverem um encontro pelo menos mensal com o CMD para esclarecimento de calúnias e intrigas nada funcionará como deve ser.

Como agravante, a discriminação feita pelos funcionários da embaixada aos seus próprios compatriotas, será gradualmente o factor que multiplicará a rivalidades com a comunidade angolana na África do Sul, criando consequências que podem tornar-se piores que o apoio que foi negado pelos angolanos ao chefe do sector consular da embaixada num momento em que ele mais precisava de ajuda por ter excedido, no que consumiu no casamento do João, funcionário da embaixada a pontos de aos olhos de todos presentes nem conseguir abrir a porta do Volvo preto com a chapa de matricula diplomática da embaixada de Angola.

O Kimbo (embaixada de Angola na africa do sul) não precisa ser diferente? Ou deve continuar mesmo assim?

Sr Ministro Assunção, e nós que temos dignidade e pretendemos muito fazer para que Angola se torne cada vez melhor aos olhos do mundo?

Este deve ser o ponto de vista comum entre os angolanos e quem está cansado e a mais que se faça envergonhar cá no país onde a sua má conduta "talvez" seja atenuada, associada aos seus maus hábitos e costumes.


Por isso Sr Ministro nesta 3ª republica de maior exigências apelamos para uma boa “varredela” do Kimbo à altura da sua competência e qualidades de referência.

*Josué Francisco
Fonte: folha 8