Lisboa – O autor dos livros “O Meu Testemunho, a purga de 27 de Maio de 1977 e as suas consequências trágicas” e “Nito Alves – a última vítima do MPLA no século XX”, manifestou-se energicamente contra o título de “Herói Nacional” atribuído ao primeiro Presidente angolano, António Agostinho Neto, falecido a 10 do mês em curso em 1979, na Rússia.     

Fonte: Club-k.net
O general José Fragoso – que foi um dos poucos sobreviventes da chacina, ou melhor, do genocídio (que teve inicio no dia 27 de Maio de 1977, em todo território angolano) protagonizado pelo executivo de Agostinho Neto, quase dois anos após de Angola tornar-se independente (em 11 de Novembro de 1975) – diz que o título de “Herói Nacional” conquista-se em combate, e não foi no caso do autor do “Sagrada Esperança”.

“Agostinho Neto nunca esteve em nenhuma frente de combate, muito menos dirigiu um combate durante o tempo que liderou o MPLA, a partir do exterior”, garantiu o também Presidente do Conselho de Administração e vice-Presidente da Fundação 27 de Maio, criado pelos sobreviventes há mais de uma década.

O interlocutor deste portal noticioso explica ainda que “herói nacional é um título que também se atribui a um indivíduo que travou e derrotou uma invasão estrangeira que não é o caso de Agostinho Neto, que deixou o país em guerra provocada por ele próprio, enlutando milhares de famílias angolanas”.

O general José Fragoso acrescenta que “Agostinho Neto é somente herói do MPLA (partido no poder desde 1975) e não passa mais do que isto”, reforçando que “um dia, não muito longe, quando este título esfumar-se, ele será julgado e condenado a título póstumo como acontece noutros países democráticos”.

A nossa fonte enfatizou que “seria bom que os seus companheiros ao invés de o endeusarem, deviam arranjar mecanismos para pôr fim ao passivo do 27 de Maio de 1977, para em definitivo se colocar uma pedra rasa neste dossier e, caminharmos juntos de mãos dadas rumo a verdadeira reconciliação nacional”. De acordo com o mesmo, “somente assim será banido o ódio e o recalcamentos que pairam nas mentes dos familiares dos perecidos.”