Luanda - Os músicos Nagrelha, Sebem, Isidora Campos e Flay animaram, no fim-de-semana, o último espectáculo do Festival de Cultura e Artes das Forças Armadas Angolanas, realizado no Pavilhão Multiusos Osvaldo Serra Van-Dúnem, na cidade do Huambo. Apesar de todas as espectativas dos jovens estarem centradas no grupo de kuduro Os Lambas, os músicos Flay, Isidora Campos e Sebem conseguiram entusiasmar o público com os seus maiores sucessos.

Fonte: JA

O espectáculo foi aberto por Sebem, que interpretou, entre outros sucessos, “Felicidade”, um dos temas que o lançaram para a ribalta, e cantou um dueto com o artista do Huambo Tio Zé.

A autora de “Sambapito”, Isidora Campos, teve, em seguida, a responsabilidade de manter a “chama” do espectáculo acesa e deu lugar ao “Menino de Benguela”, Flay, que deu aos admiradores uma prova da força da nova geração de músicos. A banda da Marinha de Guerra Angolana acompanhou os dois músicos.


O grupo mais esperado da noite, os Lamba e os seus bailarinos, encerraram o festival e conseguiram, ao longo da sua actuação, fazer jus às expectativas do público.


Além do espectáculo, a organização do festival apresentou também os vencedores do seu concurso de cultura e artes, que decorreu de 24 de Agosto a 14 de Setembro, assim como os atletas e as equipas vencedoras dos VII Jogos Desportivos Militares, que decorreram em paralelo.

Diversidade cultural

A diversidade cultural angolana tem de ser mais estudada para permitir que os valores deixados pelos antepassados sejam salvaguardados, afirmou o chefe do Estado-Maior General adjunto das Forças Armadas Angolanas (FAA) para a Educação Patriótica, general Egídio Sousa Santos “Disciplina”. Ao discursar no acto de entrega dos prémios aos vencedores do I concurso e festival de cultura e artes das FAA, o oficial do exército referiu que Angola, no contexto de outros países africanos, possui uma especificidade cultural própria, que merece ser explorada e assimilada por todos os cidadãos.

O general argumentou que as FAA têm, pela sua constituição, uma boa diversidade de traços culturais característicos, criados através da integração de efectivos de todo o país, que merecem conhecer mais as suas tradições.


Disciplina encorajou, por esse motivo, a realização constante de actividades artísticas e culturais em todas as unidades militares, de maneira a resgatar esses valores morais e cívicos para a sociedade através da arte. A realização do I Festival de Cultura e Artes das Forças Armadas Angolanas foi, para o general, uma actividade singular, tanto para os participantes como para a população do Huambo, por ter sido um passo importante na divulgação da cultura e da identidade nacional dentro do Exército.

Os vencedores

Os vencedores do I concurso do Festival de Cultura e Artes das FAA receberam, no domingo, os seus respectivos prémios. Os primeiros classificados, nas categorias de poesia, trova e artista individual, receberam um prémio de 300 mil kwanzas, enquanto o segundo e o terceiro receberam 200 e 100 mil kwanzas.


Nas vertentes de dança tradicional, dança popular e recreativa, teatro, música folclórica e agrupamentos musicais, os primeiros classificados receberam 650 mil kwanzas, ao passo que os segundos 350 mil e os terceiros 200 mil kwanzas. A Força Aérea Nacional, com três vitórias nas categorias de trova, dança tradicional e agrupamentos musicais, foi a mais premiada do concurso, enquanto o Estado-Maior ficou em segundo, por conquistar o galardão nas disciplinas de poesia e dança popular recreativa. A Marinha de Guerra Nacional venceu nas categorias de artista individual e teatro.


O Exército, que venceu apenas na categoria de música folclórica, ficou com a última posição do certame, destinado a descobrir e criar valores culturais no seio dos efectivos das Forças Armadas Angolanas, para reforçar e massificar a cultura e a arte na corporação.

Realizado igualmente nos municípios do Bailundo (Huambo) e Andulo (Bié), o festival contou com a participação de 388 concorrentes, todos militares.