Luanda - Frases como: «infoexclusão», acesso à informação, direito à informação, liberdade de imprensa, liberdade de expressão e de pensamento; fazem parte da nossa era e já vêm de longe (séculos XIX, XVIII, e antes mesmo).

Fonte: Club-k.net

Por definição a infoexclusão é o desconhecimento que origina falta ou impossibilidade de acesso à informação, notadamente através das novas tecnologias de comunicação como a Internet. (1)

“Muitas pessoas tem buscado definições acerca das redes sociais, apesar de alguns remeterem o pensamento de redes sociais somente às ferramentas, o conceito das redes sociais é bem mais amplo.

Apesar de serem tratados como sinónimos existe diferença dos conceitos e termos redes sociais e mídias sociais.

As Redes Sociais

As redes sociais referem-se ao próprio ciclo social, os grupos de interesses semelhantes, ou até mesmo o próprio contacto com outro indivíduo dentro de um mesmo ambiente social.

Segundo Souza e Queila (2008) As redes sociais são estruturas sociais compostas por pessoas ou organizações. Essas por sua vez, estão conectadas por um ou vários tipos
de relações. Pessoas que fazem parte da mesma rede social compartilham valores e interesses comuns.

Dentro de uma rede social, cada usuário pode expressar sua individualidade, como também definir quais os grupos ou pessoas que podem fazer parte da sua rede de relacionamentos.

O ser humano em sua essência possui como uma característica muito forte, essa necessidade de se relacionar com o outro. Esse compartilhamento de interesses trata-se de algo que vem desde a antiguidade.

Mídias Sociais

As mídias sociais representam um espaço onde ocorre o compartilhamento de conteúdo, opiniões, experiências etc.

Dentro das mídias sociais cada usuário se torna um produtor de conteúdos, onde ele actua como um meio de informação para todas as pessoas presentes em sua rede.

As Mídias sociais reforçam o conceito da internet colaborativa que é exactamente essa participação activa dos usuários na internet não mais apenas como observadores e sim como co-autores.

Em seu livro A bíblia do marketing Cláudio Torres fala sobre essa questão. Segundo o autor, as mídias sociais resgatam através da internet um dos comportamentos mais básicos do ser humano: um animal social que viveu sempre em grupo.

A internet dá voz aos usuários e permite que suas mensagens sejam propagadas dentro da rede. Além de reduzir as distâncias permitindo pessoas que vivem em locais tão distantes, criarem entre si laços sociais tão fortes.(2)”

Em países desenvolvidos e na maioria dos países emergentes a questão do acesso as ferramentas das novas tecnologias são tratados de forma tão básica como as anteriores necessidades básicas: alimentação, habitçao, educação e saúde. O que me deixa infeliz é saber que no nosso caso de país em via de desenvolvimento e potencialmente rico, a questão do uso das novas tecnologias parece estar a ser vista como um atentado à segurança de Estado, salvo exagero! Deixo em seguida alguns pontos para nossa reflexão dentro e fora das redes:

  1. A sociedade angolana (Litoral e das capitais principalmente), viu-se desprovida de seu direito à informação de várias formas, desde a falta de liberdade de imprena até ao simples exercício de liberdade de opinião e pensamento nestes órgãos
    de imprensa. Outra escolha não teve senão reagir. E a reacção da sociedade virou-se para o uso de outras formas e meios de se manter actualizada em

    tempos modernos (o acesso às novas tecnologias e TIC ́s). As redes sociais (Facebook, Orkut, Twitter, msn, hi5 e outros), muitos começando de forma mais lúdica, transformaram-se hoje em potentes meios de partilha de informação e conhecimento muito velozes e fortes. Em muitos casos, a velocidade e quantidade de informação processada nestes meios, comparando aos órgãos tradicionais levariam anos de informação! Atendendo as formas típicas de tratamento dos conteúdos, linhas editoriais e a censura é claro!

  2. Os cidadão que têm o privilégio em usar estes meios ainda que de forma intermitente e muitas vezes limitada (no local de trabalho, em universidades, quando tem dinheiro para navegar em cybers, ao telemóvel e ou quando tem electricidade, bom sinal de rede etc), tornaram-se de meros cidadãos informados para cidadãos informadores e fazedores de opinião. Hoje em dia as mídias sociais informam a mídia tradicional, e não se deixam censurar... Ainda! Desejando que jamais seja. Apesar de relatos da tentativa de controlo da web.

  3. Há relatos de pessoas e muitos casos jovens com muito talento, capacidade
    e bons quadros, que vêem-se limitados a usar estes meios por imperativos laborais, pelo o facto de um grupo etário ou ideológico não se adaptar aos novos tempos e causar pressão aos mesmos. E alguns têm visto seus sonhos serem derrubados por serem simplesmente jovens e cidadãos formados e informados. Que tentam dar seu contributo ao desenvolvimento, sujeitando-se a uns maus bocados! Nos dias de hoje o conhecimento e as opiniões já não são e não devem ser centrípetra, as correntes de opiniões quanto mais difusas melhor. A era das políticas centralizadas faz parte do conjunto de arquivos de quem cultua ainda, com eras pouco iluminadas da história universal.

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De sorte que me resta algum conforto por via da mídia social; pois as tradicionais estão cada vez mais asfixiadas por interesses que o mero cidadão desconhece!

Habemus indicium? (Temos informação)?

Minha preocupação vai mais longe em função de notícias menos boas que tendem a cercear mais ainda nossas custadas liberdades. Dificuldades inúmeras de acesso aos serviços básicos, agora fortes dificuldades no uso da internet que se estava popularizar por via das operdoras (Unitel, Movicel, Telecom e afins). A falta de energia e outras dificuldades não nos permitem matematicamente ser um atentado ao menos que vivessémos num país em que já não estivéssemos preocupados com a sobrevivência diária.

A falta de liberdade cria exageros e devem ser compreensíveis determinados casos. Porque a manipulação, a adulação, desinformação e outras tecnicas “gobellsianas” criam igualmente sentimentos de repulsa e desorientação, quando mau geridos ou digeridos, criam exageros.

Bem haja a luta pela informação com verdade por via das mídias sociais!

  1. (1)  Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, on-line

  2. (2)  Citando Natanael Oliveira (Blog)

Emiliano Lameira – 2013-09-18 –Luanda-Cacuaco

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