Luanda – Mais de 450 cadetes (do 1º e 2º anos) do Instituto Superior de Ciências Policiais e Criminais (ISCPC) "Osvaldo Serra Van-Dúnem" manifestam-se agastados com a atitude “considerada” desumana da direcção daquela instituição (criada há dois anos), liderada pelo subcomissário Alberto Limão, por os terem obrigados a passar durante várias horas sem alimentação.

Fonte: Club-k.net
Segundo a nossa fonte, os cadetes foram levados por voltas das 13 horas (e dispensados somente às 21 horas), sem qualquer alimentação. “Nós só fomos porque a direcção do instituto deixou uma mensagem clara a todos cadetes. Disseram-nos que os faltosos seriam expulsos por justa causa”, contou.
 
De acordo ainda com a nossa fonte, houve caso de desfalecimento (causado pela fome) no local, pois nem todos tinham valores monetários para gasta, por um lado. E por outro, no local, os produtos estavam a ser vendidos a preços exorbitantes. “Os produtos de consumo básico (refrigerante e sandes) estão a ser comercializados muito caro. Por exemplo, uma gasosa lá custa 250 kwanzas ao invés do preço real, e nem todos tinham dinheiro para comprar qualquer coisa para saciar à fome”, adiantou.

Após o final do jogo (entre as selecções de Angola e África do Sul), os mesmos foram abandonados “a sua sorte” no local.  “A direcção nem se importou com as raparigas que faziam parte do grupo. Cada presente teve que arranjar a sua forma de lá sair num total desespero”, garantiu a fonte.

“Não tenho a certeza se vamos mais aparecer no encerramento deste mundial, porque há muito descontentamento no grupo. Se a direcção não melhorar este comportamento muitos irão faltar”, frisou, salientando que durante a abertura do certame, os cadetes deste instituto exibiram o mapa de Angola, a bandeira da República e a mascote do 41º mundial de hóquei.

Importa realçar que o Instituto Superior de Ciências Policiais e Criminais "Osvaldo Serra Van-Dúnem" alberga cerca de 465 cadetes policiais, dos quais 69 do sexo feminino. De acordo com o director da instituição, subcomissário Alberto Limão, frequentam o primeiro ano 276 discentes, dos quais 47 do sexo feminino, enquanto 189 encontram-se no segundo ano, sendo 22 senhoras.

O Instituto Superior de Ciências Policiais e Criminais – I.S.C.P.C, criado por Decreto Presidencial número 9/12, de 20 de Janeiro, entrou em funcionamento a 29 de Março de 2012 e tem por missão a formação de profissionais de segurança pública em nível superior, dotando-os de competências para o bom exercício da função policial.

Tem ainda por finalidade produzir pesquisa científica em áreas relevantes de interesse policial, organizar e ministrar cursos de pós-graduação conferentes de graus académicos de mestrado e doutoramento, a cooperação e intercâmbio cultural, científica e técnica com instituições congéneres nacionais e estrangeiras em matéria de segurança pública, entre outras atribuições.

A instituição conta com 54 salas de aulas, uma biblioteca, um museu, nove laboratórios, um centro de psicologia aplicada, ginásio, dormitórios com 840 camas, auditório com capacidade para 540 lugares, refeitórios, centro de documentação e centro médico, este último dotado de farmácia, laboratório, sistema de RX e capaz para internar 10 doentes, parada, entre outros. Com 114 docentes, dos quais 16 estrangeiros, o instituto conta com áreas académica, científica e administrativa.