Bruxelas - A eurodeputada socialista enviou hoje uma carta ao Presidente da Comissão Europeia e à Alta Representante da UE para a Política Externa sobre a detenção do jornalista angolano.

Fonte: Lusa

Ana Gomes qualifica como "inaceitável" o comportamento das autoridades angolanas e insta a União Europeia a exigir às autoridades angolanas que ponham termo às detenções arbitrárias e à agressão contra manifestantes pacíficos e jornalistas.


A carta enviada hoje ao presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, e à Alta Representante da UE para a Política Externa, Catherine Ashton, vem no seguimento da detenção, a 20 de agosto, do ativista Rafael Marques e de outyros dois jornalistas angolanos que entrevistavam um grupo de manifestantes perto do Tribunal da Polícia, em Luanda.

A eurodeputada socialista escreve, segundo cópia da carta enviada às redações, que os detidos foram "ameaçados e espancados pela polícia".

Ana Gomes qualifica como "inaceitável" este comportamento das autoridades angolanas, uma vez que "viola claramente as obrigações e compromissos de Angola ao abrigo do Acordo de Cotonou (ACP-UE) e do Acordo de Parceria 'Caminho Conjunto UE - Angola'".


A eurodeputada socialista pede à UE que exija às autoridades angolanas que "cessem imediatamente as detenções arbitrárias e ataques contra manifestantes pacíficos e jornalistas". Solicita ainda uma investigação sobre "estes acontecimentos lamentáveis, de modo a identificar os agentes e seus mandantes responsáveis por estes abusos".

Ana Gomes exige saber os resultados da avaliação da cooperação entre a UE e Angola para a promoção do Estado de direito, nomeadamente "tendo em conta as violações de direitos humanos, os abusos de autoridade, a impunidade e a corrupção envolvida em incidentes repressivos e violentos".