Lisboa - O atual ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, foi consultor de uma sociedade de advogados que representa alguns dos angolanos que estão a ser investigados pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal, avança o «Diário de Notícias».

Fonte: RTP/DN

Segundo escreve este jornal, a PLMJ, uma das maiores sociedades de advogados portuguesa terá como clientes alguns dos angolanos envolvidos em investigações judiciais em Portugal. O processo envolve altas figuras do regime angolano. Ainda segundo o DN entre estes estão o Procurador-geral angolano, João Maria de Sousa (na foto), o Vice-Presidente de Angola, Manuel Vicente e, também, os nomes de duas das filhas do Presidente de Angola.

 

Segundo o jornal, a firma de advogados PLMJ terá procuração de representação de alguns dos cidadãos angolanos a que se refere o comunicado da Procuradoria-Geral da República e que, na sua essência, desmente as declarações que Rui Machete tinha feito à Rádio Nacional de Angola (RNA), onde garantira que a procuradora-geral o teria informado sobre os processos em investigação.

Depois de um comunicado bastante peremptório de Joana Marques Vidal, o ministro Rui Machete veio desdizer as suas afirmações e garantir que o que disse à RNA apenas se baseava num comunicado da própria PGR de Novembro de 2012. Na sequência desta polémica e do pedido de desculpas que Rui Machete disse ter feito ao Governo angolano, os partidos da oposição têm vindo a pedir a sua demissão.

No artigo do Diário de Notícias refere-se ainda que a saída de Rui Machete do escritório de advogados, na sequência da sua nomeação para ministro, levou mesmo à publicaçao de uma nota de louvor: "A sua nomeação representa para todos nós motivo de grande orgulho e a PMLJ deseja as maiores felicidaddes ao Dr. Rui Chancerelle de Machete no desempenho de tão importantes funções".

Toda a polémica à volta desta entrevista de Rui Machete à RNA foi iniciada com um artigo do Diário de Notícias na passada sexta-feira, que deva conta do pedido de desculpas a Angola pelas investigações que decorrem em Portugal sobre cidadãos angolanos, entre os quais se encontram o procurador-geral daquele país, o vice-presidente, dois generais e até duas filhas do presidente José Eduardo dos Santos.

Nos últimos tempos sucedem-se polémicas em redor de Rui Machete. A oposição continua a exigir a demissão do MNE, mas Passos Coelho desvalorizou as o «pedido de desculpas» feito em Angola, devido aos processos que decorrem em Portugal.