Roma - Um dia após o pronunciamento do JES sobre o “Estado da Nação Angolana”, os editorialistas portugueses “multiplicaram” a dose de críticas e insultos ao Governo de Angola. Isto chateia, e dói, dói quanto repetidos socos no estômago.

Fonte: Portal de Angola

Diante de tais “diarreias mentais”, sublinho tão somente que as relações entre os dois povos não estão em jogo; como não estão em risco as trocas comerciais. Todavia, ninguém garante que a reiteração dos abusos e disparates por parte dos “poderes ocultos” portugueses através da magistratura e da mídia não danifiquem seriamente os laços de “amizade histórica” que nos unem.

Pese embora a República de Angola apresente várias debilidades democráticas, o exercícios do direito a critica por parte dos portugueses deveria ter em conta o crescente envolvimento emotivo de uma parte substancial dos angolanos, assim como, de um bloco não indiferente da classe política angolana. Quando um povo sente-se chamado em causa, em questões de ofensas e orgulho ferido, raramente as consequências são calculáveis. Isto para dizer que: o repetir-se das ofensas e abusos acarretarão consequências inesperadas e incalculáveis, por conseguinte, os amigos portugueses de bom senso deveriam exprimir-se em mérito, entrando no debate como “bombeiros”, e não pirómanos.

Aproveito para recordar, ” pela enésima vez “, as elites portuguesas – económicas, financiarias e maçonarias várias -, que Angola é um país independente e soberano. É uma nação que após vinte sete anos de guerra civil fratricida está trilhando a própria estrada, construindo o próprio futuro, com todos os erros típicos desta fase de desenvolvimento. Portanto, os portugueses “em geral”, deveriam ocupar-se de Portugal, dos seus problemas, das suas incertezas e futuro por decifrar. Mas com qual “rabo” a magistratura portuguesa se arroga a abertura de um processo-crime contra o Vice-Presidente de Angola? Na gíria diz-se: é um abuso de confiança, e tais comportamentos devem ser banidos dentro das relações entre os dois Estados e povos.

O que diriam os portugueses se a magistratura angolana abrisse processos crimes contra vários expoentes do regime de Salazar, ainda em vida, pela colonização e suas consequências? Até não seria mal, considerando que até ao presente nada foi feito em mérito, e visto que muitas famílias latifundistas continuam “esbanjando” os dinheiros frutos da exploração de Angola. “Lungi” de tal pensamento, os angolanos sempre procuram construir boas relações com Portugal, muitas vezes esquecendo a história, triste, arrogante, medonha, ainda presente no seio da família angolana. Os angolanos não são rancorosos, mas o “orgulho pátrio” transborda.

Haver vamos as conclusões deste “horrendo” episódio. Os interesses em jogos são enormes, mas o orgulho faz jogos sujos. O piorar da situação pode levar Angola a suspender realmente as relações com Portugal, a retirar os próprios capitais daquele país e não só; já podemos imaginar quais as consequências para a débil economia portuguesa. Mas pensemos aos milhares de laços familiares que unem, as empresas, as missões, as escolas.

Caros amigos e amigas, é tempo de concentrarmo-nos naquilo que nos une, e não nos problemas que nos separam e nos levam a uma nova e inútil guerra. Angola não necessita, e Portugal, sobretudo neste momento, não está em condições.

Se lestes até aqui, e achais oportuno reflectir sobre este assunto, partilha o testo. Porque o respeito é bom e todos gostam. Respeitemo-nos!

Tenho dito.