Moco não está atado a José Eduardo dos Santos por nenhum compromisso clientelar e também não tem por ele alguma dívida de gratidão. Acresce que de todas as fi guras aqui aludidas que já tiveram peso no MPLA, ele é o único em condções de candidatarse.

Tal como João Lourenço, Lopo do Nascimento e França Van-Dúnem, Moco também se incompatibilizoucom JES a determinada altura do seu consulado como primeiro-ministro, numa questiúncula acerca das competências dos cargos de ambos. Há, no entanto, uma diferença que lhe dá legitimidade: Moco continua numa condição de quase proscrito, ao passo que os outros foram repescados e, por essa razão, estarão hoje confinados a uma posição em que não devem fazer ondas.

Portanto, Moco tem todos os motivos do mundo para investir. Mas isso apenas, verdade seja dita, também não basta. É preciso que ele tenha apoiantes ou tente angariá-los. Para já, reúne requisitos de peso: como homem do sul (ovimbundu) adequa-se como porta-estandarte do equilíbrio étnico; é um intelectual feito; possui experiência governativa e ganhou prestígio nas lides diplomáticas como secretário-executivo da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP)

Fonte: SA