Malange - Sem ter feito grande menção ao recente Estado da Nação proferido pelo Presidente da República no pretérito dia 15, diante de deputados e convidados por ocasião da abertura da II Legislação da III Legislatura, o Presidente da CASA-CE Abel Chivukluvuku, solidário com os deputados sobretudo da oposição que levantaram Cartazes a reivindicar esclarecimentos por parte do Executivo sobre o “Caso Cassule, Kamulingue” e de Nito Alves_ a Criança que se vai notabilizando como o Mais Novo Preso Politico do Mundo, Chivukuvuku destrinçou a sua visão de um Projecto de Sociedade mais condizente com os anseios dos angolanos e em conformidade com a realidade Política, Social, Económica e Cultural ou Religiosa conjuntural de Angola. Este exercício fê-lo sábado dia 19 de Outubro, a abrir o programa de visitas à Província da Palanca Negra Gigante. Sob o Lema: “O Estado da Nação e as Oportunidades da Juventude”, Chivukuvuku começou por explicar o porquê do seu conceito: “Ver, Ouvir e Constatar”, no quadro das visitas que tem efectuado aos seus secretariados e no contacto de proximidade com os militantes e não só. Depois do Kuanza-sul e Uíge, agora a vez de Malange, provavelmente para fechar o ano.


*Félix MIRANDA
Fonte: CASA-CE

Entretanto, estes movimentos só são possíveis depois de ter abdicado o Parlamento, deixado de ser Deputado, contudo permanecendo no Conselho da República, sublinhe-se ainda não convocado pelo PR, embora fora dos prazos previstos pela Constituição, como se pode perceber nas suas palavras: para ter tempo de percorrer o país, constatar no terreno a accão prática das suas estruturas, estar mais próximo e conversar com o cidadão.

O angolano, com primazia a Juventude e as mulheres, são o fundamento do projecto da CASA que enaltece o cidadão angolano como a maior riqueza de Angola e não os recursos naturais. “A riqueza mais importante de um país são as pessoas; a grande riqueza de cada pessoa é o cérebro; e a única forma de potenciar o cérebro é o ensino”, disse Chivukuvuku. No decorrer da sua intervenção, efectuada diante cerca de 600 jovens da sociedade malangina, na Sala de Conferências da Caixa Social Militar da Província de Malanje, em “Conversas no Quintal”, o dirigente fez questão de criticar a metodologia adoptada pelo Executivo de arregimentar a sociedade a favor do MPLA, nos seguintes termos: “Se pretendemos ter um país estável e em franco desenvolvimento”, temos de pautar não somente por dirigentes fortes, mas essencialmente por “Instituições fortes, legítimas e funcionais”. Fazendo referência a boa saúde e durabilidade dos governos do Reino Unido e EUA, continuou: “Só instituições legítimas, fortes e funcionais podem garantir a perenidade de um país e acautelar conflitos desde os sociais antagónicos”. Explicando o porquê que, desde que assegurou o Leme da CASA pautou por abraçar a juventude, disse: “Em todas as sociedades onde há transformações e mudança, a alavanca dessa mudança tem que ser a juventude. É por isso que aprecio o facto de estar aqui a maioria da juventude representada”. Chivukuvuku relembrou este princípio quando logo depois de deixar a Sala da Caixa Social das FAA, palestrava para cerca de 200 seminaristas no Seminário Maior de São José em Malanje. Na mesma ocasião o Presidente denunciou o facto da tendência do Governo actual burocratizar excessivamente as instituições e elevar os dirigentes acima das normas de funcionamento interno e dos estatutos que devem nortear as estruturas do Ministério Público, vocacionadas a servir o Estado Republicano e não submissas ao Partido no Poder. Esta prática contrária aos princípios de um Estado de Direito tem provocado a cultura da partidarização, onde o cartão de Militante do Partido determina o tratamento a dar ao cidadão e com isso a discriminação de que têm sido alvos milhares de angolanos e encorajado a formação de uma Estrutura Social de Alto Risco. Na ocasião, ressaltou o que farta vez disse: “O Governante é um cidadão comum, como qualquer outro, apenas com uma responsabilidade temporária para gerir a Coisa Pública, ‘o que é de todos nós”.

Para consubstanciar tudo quanto tem sido debatido na Assembleia, no quadro do papel, obrigações e Estatutos dos deputados como servidores da vontade popular, resumidos na premissa de bem “Fiscalizar a acção do Governo, como fiéis intérpretes e porta-vozes dos eleitores”, aliás constante nos regulamentos internos de qualquer Casa Parlamentar do Mundo Livre, Democrático e Multipartidário, Abel Chivukuvuku, diante cerca de 600 jovens malanginos e na Sala de Conferências da Caixa Social da Província, salientou ser indispensável o deputado deslocar-se com frequência para constatar in-loco a forma como os Funcionários do Governo, a começar pelos governadores, administradores municipais e funcionários das instituições públicas têm servido os cidadãos. Neste âmbito e ressaltando a sua lógica, ao serviço dos angolanos, não poupou verbo para denunciar aquilo que considera a falsidade dos administradores quando elaboram seus relatórios, inseridos nos OGE e mal prestam as contas dos dinheiros investidos, que são de todos os angolanos. Para o dirigente da terceira força parlamentar, a obrigação dos governadores e administradores é de bem servir, com a transparência que é exigida: “Os administradores quando falam das realizações nas suas províncias e municípios, mentem muito. Para eles está tudo bom, quando na realidade o que se constata no terreno é uma lástima. Aqueles que assim procedem, fazem-no por medo, mas também por ignorância. Estamos em contacto com as populações, partilhamos suas preocupações e o que temos visto é no mínimo triste”.

Nesta ordem, para outros membros da sua delegação, como é o caso do Deputado Alexandre Sebastião André - Alex, elite malangina, que interveio de igual modo durante a Palestra na Caixa Social, como filho da terra: mesmo as obras supostamente acabadas, estão recheadas de imperfeiçoes e sujeitas a terem de ser refeitas num porvir não longínquo no que concerne aos aspectos, tanto urbanísticos, arquitectónicos e éticos, como os mais sociais a julgar pelo estado dos tapetes asfálticos, as escolas que se reduzem a simples paredes, aos hospitais que não se adaptam, as ditas habitações sociais que lembram os aldeamentos do tempo colonial das fazendas e roças de café e nem se coadunam com as exigências do século XXI, ou ainda a prestação de luz e água que não tem nada de potável e força as pessoas a sacrifícios para obter.

Kangandala; Kapemba Nsango; Kipacassa; Bila; Massango; Kalandula; Massango; Mufuma; Kaculama; Kiwaba Nzogi; Kalandula, têm a oportunidade de dialogar e conviver com Abel Chivukuvuku, mais do que nunca adoptado como o Presidente da Juventude.

Fazem parte da Caravana, para além do deputado Alex, o Luís Kissanga, elite local, José Correia, elite local e o Assistente Principal Adjunto da Presidência, André Mwanza e outros membros do Staff.