Malanje - Ainda em Malanje Abel Chivukuvuku, aos 24 de Outubro de 2013, na qualidade de Presidente da Juventude como bem gostam de o apelidar, foi convidado pelos futuros professores, a depor sua visão sobre a juventude amanhã a partir do presente e depositar algumas propostas quanto a formação do homem novo (angolano); os caminhos e meios para se recuperar o tempo perdido e formatar um angolano íntegro e a medida de todas as coisas no contexto científico universal. Dezenas de formandos e alguns convidados acolheram o Líder, com ele partilharam preocupações e trocaram impressões nos mais variados domínios da vida do jovem, dos caminhos que percorre Angola e com que ferramentas os jovens se devem dotar para encontrarem um lugar ao Sol e serem partícipes activos e produtivos indispensáveis da mudança e da transformação e não simples párias, “numa Angola que parece estar a escapar a juventude autóctone”, para usar os termos de um dos futuros professores.

 

* Féliz Miranda
Fonte: Club-k.net


Em Visita a ADPP do Lombe - Malanje

Na sua intervenção sobre o Jovem Angolano e o Saber, Abel Chivukuvuku começou por dizer: “A maior riqueza de um país são os homens, não o petróleo e outros recursos naturais. Se um país não se dotar de homens capazes, investidos de saber científico e cultura civilizacional contemporâneos, este país deixa de ser livre e independente”, e seus filhos passam ao estatuto de enteados, como completou Danilson que acompanhava com atenção a alocução de Abel.


Porém, lamentou ‘o Mano Abel’: se não alterarmos os fundamentos, as políticas, os conceitos, as metodologias de ensino e se não actualizarmos e conformarmos o cursus ou percurso escolar dos estudantes às exigências universais, dificilmente atingiremos tal desiderato. Para Abel Chivukuvuku, o ensino em Angola, quiçá em África, continua muito generalista e leva uma eternidade a formar quadros nacionais de excelência cientifico-profissional de que mais o País carece. Tomando como exemplo os países avançados, como os EUA ou Inglaterra: “Temos de optar por um ensino mais especializado”, em que, desde logo o ensino médio, ou o pré-universitário, os estudantes são levados a se dedicar quase exclusivamente aos aspectos mais intrínsecos das especialidades a que se propõem ou de que são vocacionados. Por exemplo, um proponente a cardiologista, deveria logo nos primeiros anos da Medicina, dedicar-se ao estudo exclusivo da Anatomia Humana com o estudo específico e aprofundado de todo o sistema cardiovascular. É assim que outros países conseguem formar os grandes quadros, descobrem os melhores cientistas e ganham os Nobéis, consequentemente avançam, se capacitam e se tornam verdadeiramente autónomos e independentes. Precisamos de muitos médicos, engenheiros, arquitectos, matemáticos, físico-químicos.


Isto porque o tempo do ouro negro, “O Petróleo” quanto a sua importância económica no mercado de valores e quanto a sua influência na indústria transformadora, para os caprichos políticos em relações internacionais, tem os dias contados”, enfatizou Chivukuvuku: “Hoje estão em fase de acabamento os estudos sobre os minerais e outros produtos que vão substituir o Petróleo. O Japão não tem Petróleo, mas comanda o mundo e determina o curso do desenvolvimento da electrónica e da indústria, porque apostou no Homem investido de conhecimentos científicos específicos. Em Angola, temos a mania de saber tudo, mas não sabemos nada perfeitamente.


A perfeição é a chave do sucesso”. O mais preocupante é que o Governo ainda não entendeu isso, ou finge não entender; o certo é que caminhamos mal e por este andar, não nos restará outra coisa, se não dar o ouro aos bandidos. Aliás, é já o caso e com a monodocência não podemos esperar por milagres.