Lubango - A voz da oposição tem que ser respeitada e ouvida, disse o arcebispo do Lubango e presidente da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé, Dom Gabriel Mbilingui.

*Teodoro Albano
Fonte: VOA

gabriel mbilingui.jpgO arcebispo insurgiu-se contra a inabilidade do governo de resolver a questão de atribuição de direitos de transmissão por todo o país à Rádio Eclésia, um processo que se arrasta há vários anos.

Segundo o prelado católico o país precisa de uma verdadeira instauração da democracia e isso passa pelo reconhecimento e respeito pelas diferenças quer do ponto de vista de pensamento e de opinião, factores que qualifica de importantes em processos democráticos.

Dom Gabriel Mbilingui toma como exemplo as propostas partidárias da oposição que devem ser tidas em conta pelo partido no poder, porque elas representam uma franja importante da sociedade.

“ O importante mesmo no sistema democrático é não é só reconhecer a existência de alguém que pensa diferente de mim, mas respeitar esta sua opinião essa sua posição, porque ela corresponde a uma boa parte do cidadão angolano,” disse.

“ As propostas políticas de governação colocadas pelos diferentes partidos que estão no nosso partido têm por detrás franjas grandes de população que vêm na concretização daquelas propostas a solução para muitos dos seus problemas,” acrescentou.

Dom Gabriel Mbilingui mostrou-se por outro lado agastado com o problema da extensão do sinal da Radio Ecclésia no país e atribuiu culpas ao governo que se tem mostrado “!incompetente” quanto à regulamentação da lei de imprensa.

“ Como é que a autoridade competente em relação a este ponto da Rádio Ecclésia se mostra - passe a expressão - verdadeiramente incompetente?” interrogou.
O arcebispo disse que a situação deixa a igreja “perplexa”.

“Como é que a autoridade competente que fez a lei para tutelar o direito à informação e formação que é próprio desses órgãos de comunicação, é a própria autoridade que fez lei para inglês ver que permanentemente viola a própria lei? É isto que não se compreende!” disse

Sobre o assunto o prelado apela que haja clareza por parte do executivo. Para o arcebispo as autoridades deviam ser claras se não querem a possa transmitir por todo o país.

´”Digam isso ao cidadão de boca cheia: não queremos por este e por aquele motivo,” disse afirmando que “há uma certa incoerência” ao permitir-se que a rádio transmita em Luanda mas não o pode fazer no resto do país.
“Porquê?” interrogou