Benguela - Angola deu em 11 anos de paz um salto gigantesco rumo ao progresso e à modernidade, bem como para a consolidação do Estado democrático e de direito, declarou hoje, segunda-feira, o vice-Presidente da República.

Fonte: Angop

Manuel Vicente discursava no estádio nacional de Ombaka (Benguela), onde decorreu o acto central do 38º aniversário da proclamação da Independência Nacional, que se assinalou nesta segunda-feira.

De acordo com o governante, "em apenas 11 anos de paz, Angola deu um salto gigantesco rumo ao progresso e à modernidade, recuperando ou construindo de raiz as infra-estruturas necessárias para sustentar o desenvolvimento económico e social e pondo em funcionamento as instituições necessárias para a consolidação de um Estado democrático de direito".

Reconhece haver ainda muito para fazer, mas se os angolanos se juntarem na defesa da paz, da reconciliação e da unidade nacional poderão vencer os desafios e construir uma Angola com mais saúde, educação, justiça, trabalho e pão para todos.

Disse ser por esta razão que o Executivo tem vindo a aumentar no Orçamento Geral do Estado as verbas para o sector social, a fim de atender paulatinamente às exigências do povo nos domínios da educação, saúde, energia e água, da produção alimentar e do combate à fome e a pobreza.

Manuel Vicente disse que a meta imediata, citando do Presidente da República, José Eduardo dos Santos, é reduzir abaixo dos 35% os níveis de pobreza.

Salienta que, neste sentido, terá de se diversificar a economia angolana, ainda muito dependente do petróleo e dos diamantes, e explorar as grandes potencialidades agrícolas, piscícolas e industriais do país.

Segundo o Vice-presidente da República, o apoio ao comércio rural, a reabilitação de vias secundárias e terciárias, a melhoria dos transportes, a passagem do mercado informal para o formal são condições indispensáveis para se aumentar a oferta emprego e tornar o processo de desenvolvimento menos vulnerável e mais sustentável.

Exaltada liderança do Chefe de Estado pela paz e desenvolvimento de Angola

A firmeza e perseverança do Chefe de Estado, José Eduardo dos Santos, para pôr fim ao conflito armado e definir um "rumo claro para o desenvolvimento de Angola".

"Todas as grandes conquistas de que hoje se orgulha o nosso povo só se tornaram possíveis graças à condução clarividente dos destinos do país pelo presidente José Eduardo dos Santos", declarou Manuel Vicente.

Disse não ser por acaso que muitos dirigentes estrangeiros continuam a vir a Angola colher ensinamentos da experiência angolana na resolução de conflitos, com meios próprios e sem ingerência de forças externas ao continente.

Para o Vice-presidente, não há quem não reconheça que só com paz e em democracia o desenvolvimento e o progresso social se tornam possíveis, permitindo aos cidadãos beneficiarem das vantagens das políticas justas.

Afirmou que nestes 38 anos de independência os angolanos têm vindo a reforçar a sua consciência nacional, o sentimento de um só povo e uma só nação.

Segundo Manuel Vicente, "seja qual for o lugar do território nacional em que nascemos e ou vivemos, nunca perdemos de vista que somos o mesmo povo, que constrói com orgulho e muito sacrifício o seu próprio destino".

"Nós somos fruto não só da nossa história e das realizações económicas e sociais que hoje em dia se estendem a todo país, mas também das conquistas no plano desportivo e cultural, tanto dentro como fora das nossas fronteiras", adiantou.

Realçou ser com sentimento de orgulho que "nos declaramos angolanos, onde quer que estejamos".

Manuel Vicente disse ser também motivo de orgulho ver dirigentes de outros países e de organizações internacionais reconhecerem o êxito do processo de pacificação e reconciliação nacional, os indicadores de crescimento económico e o respeito pelas normas do direito internacional e de solidariedade com outros povos.

Falou da contribuição da juventude e das mulheres, citando o Presidente da República, que as considerava como "as duas componentes essenciais do nosso mosaico social" e "o nosso capital decisivo".

Para o Vice-presidente, "na nossa luta de libertação e nas guerras de agressão que se seguiram foram os jovens, incluída as mulheres, que se colocaram na linha da frente para defender a soberania e a integridade territorial, legando às novas gerações um país que já soube finalmente encontrar o seu rumo.

Vice-presidente da República enaltece desenvolvimento de Benguela

Manuel Domingos Vicente disse serem "evidentes os progressos" nos domínios administrativo, económico, social e cultural em Benguela. Citou, entre outros, os programas de reabilitação e construção de infra-estruturas administrativas e económicas básicas, de fortalecimento da estrutura organizativa do Estado e capacitação institucional.

Fez ainda alusão aos programas de promoção, fomento e desenvolvimento da actividade económica, de ordenamento do território e urbanismo, de desenvolvimento habitacional e da habitação social e reabilitação e ampliação das redes de distribuição de energia eléctrica e água e de saneamento.

Os cuidados primários de saúde e assistência hospitalar, a promoção da mulher rural, a assistência social às crianças e adultos em situação de vulnerabilidade, o combate as grandes endemias e degradação ambiental foram igualmente mencionados pelo Vice-presidente da República.

Na presença de cerca de 35 mil pessoas, Manuel Vicente enalteceu também os programas em curso de desenvolvimento do ensino primário, secundário e especial, de difusão da acção cultural, de desenvolvimento e promoção do desporto e de infra-estruturas de transportes.

Afirmou ainda que a reabilitação do caminho de Ferro de Benguela até à fronteira vai conferir ao porto do Lobito o seu estatuto de porta de entrada e saída de bens e pessoas não só o do interior do país, mas também de países vizinhos sem acesso ao mar.