Brasil - A corrupção leva a tudo isso que agora presenciamos (sequestros e assassinatos) por motivos políticos em que a banalidade dos atos pode ser a causa. O cardápio destes atos passou a ser o modo de agir de quem por legalidade e norma deveria nos dar proteção ( o Estado).
Fonte: Nelo de Carvalho
Dois jovens transformados em vítimas de um sistema corrupto e que derrubam a famosa presunção de um partido que sempre se auto proclamou como defensor dos interesses da nação.
Na divulgação dos fatos é preciso reconhecer o papel combativo e a indignação de alguns agentes do Estado (DNIC e SINSE) que ajudaram a desmascarar o desaparecimento das vítimas, derrubando as velhas manias dos tempos de partidos único em que tudo era segredo de Estado; é dentro das duas instituições que partiram as denuncias da eliminação física de quem só protestava pacificamente pelos seus direitos; denúncia que foi inteligentemente entregue ao club-k.
Com isso fica provado a necessidade de se transformar o club-k em patrimônio de todos nós, da Sociedade Civil angolana, em que o próprio Estado Angolano por lei aprovada na assembleia legislativa dê proteção a essa instituição sem comprometer o seu direito de autonomia e independência; é uma forma de controle externo a ser efetivada que se só existe num mundo civilizado. Prova ainda que os jovens fundadores do club-k em matéria de democracia estão mais além do que a turma de sujeitos que se auto declaram mwatas da paz.
Prova ainda que o MPLA não tem monopólio de todas as coisas boas que acontecem no território nacional e muito menos da verdade.
E como é sobre a verdade que queremos falar e de certas coisas boas, começamos por dizer que “A Sociedade Angolana quer Justiça” contra os assassinos de Isaías Sebastião Cassule e Alves Kamulingue.
Exoneraram um tal Martins, chefe da secreta, que está mais para bode expiatório do que para culpado. Para quem não sabia, isto aí, protagonizado pelo Presidente da República, com os poderes macabros que tem, é ato precário, viciado, para lá de discricionário. Depois disso, como já sabemos, numa Angola transformada em uma nação de anarquistas violentos, violência protagonizada pelo militarismo covarde e delinquente; jamais veremos nossos irmãos Cassule e Kamulingue a serem “vingados” por ato de justiça, minimamente, executado por quem de direito e obrigação deveria fazê-lo: o Estado; se a regra for sempre aquela “exoneração com posterior nomeação para um outro cargo”.
Daqui a uns meses ou anos este exonerado ( Martins, chefe da secreta), talvez, apareça de maneira zombeteira e burlona, diante de todos nós, como nomeado que se regenerou diante de Sua Excelência o “Clarividente” a embaixador para algum país, que mesmo sendo no Haiti, já seria um paraíso. A profissão de diplomata é incontestavelmente, talvez, a mais cobiçada deste mundo. E os incompetentes servidores estatais angolanos ex-guerrilheiros do MPLA nas chanas do Leste ou nas matas do Maiombe como bons mortais e corruptos, também, adoram esta profissão.
Numa Angola repartida a generais corruptos do MPLA, esta profissão serve simplesmente para se manipular o direito à cidadania, o direito a se ter uma dignidade como homem e ser bom profissional, o direito ainda a se lutar, hoje, por valores democráticos. É o tipo de manipulação que serve para manter corrompidos e corruptos em volta de um só eixo. O eixo da maldade chamada de corrupção, a maldade em que hoje orbitam a militância inteira do partido no poder.
Assim, passamos acreditar que o MPLA é a corrupção e a corrupção é o MPLA, se justiça de verdade não se fizer para honrar a dignidade das vítimas da luta pela democracia.