Lisboa – Altos funcionários da direcção demissionaria do Serviço de Inteligência e Segurança de Estado (SINSE) expressam advertências segundo as quais “não vão permitir que se lhes faça o mesmo que se fez com o general Fernando Miala, quando foi exonerado do cargo”.

Fonte: Club-k.net

A referida posição foi defendida por um grupo que juntou-se, nesta segunda-feira (18) em Luanda ao qual expressaram apoio ao seu demissionário director-geral, Sebastião José Martins “Potássio” a quem consideram estar a ser feito “bode expiatório”, para se encobrir os verdadeiros autores morais do assassinato dos activistas Alves Kamulingue e Isaías Cassule raptados e executados por forças do regime, em 2012.

No seguimento de acertos, de ideias, os referidos funcionários do SINSE, desdobraram-se já em contactos  com advogados  a fim de defenderem os seus colegas da delegação de Luanda  implicados no desaparecimento  dos dois  activistas angolanos.  Sérgio Raimundo, um notabilizado advogado angolano terá sido   contactado para defender, um policial  identificado por “Kiko”, tido  como o autor do disparo mortal  contra Alves Kamulingue.

 

Em conformidade com  uma exposição, os referidos responsáveis do  SINSE, rejeitam as acusações segundo as quais foram os seus colegas,  os mentores dos  assassinatos dos dois cidadãos desaparecidos.  Alegam   que a sua participação, no caso,  resumiu-se  no fornecimento  das coordenadas que permitiu identificar a localização de Isaías Sebastião  Cassule. Reiteram  que  foram elementos próximos ao Governo Provincial de Luanda (GPL) que aliciaram o activista e o levaram para o destino subsequente.

 

De acordo com a exposição dos mesmos,  foram os supostos elementos do GPL, que logo após ao rapto de Isaías Cassule terão telefonado para o chefe das operações do SINSE de Luanda, Paulo Mota comunicando que já tinham consigo  o “presunto” (Termo usado por eles  para definir Isaías Cassule)

 

Admitem  que no momento da execução, estavam  presentes Paulo Mota e o delegado do SINSE, António Vieira Lopes  e estes por si, só não tinha poder para se opor a suposta equipa da Polícia/DPIC a quem acusam  de ter avançado com  o  destino final dado aos activictas.

 

Revelam ainda que no dia em que Alves Kamulingue foi executado, o autor dos disparos , o elemento “Kiko” teria inicialmente declinado fazer os disparos mas acabaria por efetuar porque um superior seu, identificado como “Comandante  Dias” que se encontrava no local, lhe terá ameaçado dizendo que eram “ordens superiores do partido”. O policial  “Kiko”, segundo as revelações apontou a arma na cabeça de Kamulingue, virou o rosto para não ver, e de seguida apertou o gatilho.

 

Por outro lado, os responsáveis do  SINSE  responsabilizam os  pronunciamentos de uma alta patente da Inteligência Militar que terá sido a fonte da referida tragédia. Segundo os mesmos, a “alta patente” teria usado um discurso que ao não admitir que a manifestação de 27 de Maio de 2012, eram de ex- combatentes da Unidade da Guarda Presidencial (UGP), era necessário dar um corretivo que servisse de exemplo aos restantes.