Luanda - Este domingo tive a oportunidade de acompanhar mais um novo programa da TPA, feito a partir da Mediateca de Luanda, com a condução do Mário Vaz e tendo como temática dominante a cultura angolana nas suas diferentes vertentes, com destaque para a literatura/edição/leitura.

Fonte: RS

Gostei bastante do programa e da forma como se construiu o equilíbrio com música de qualidade ao vivo, que foi intercalando a sequência da abordagem dinâmica (com vários intervenientes) feita ao longo de mais de uma hora que durou o show.


PS-A nova grelha informativa da TPA está quase perfeita, mas falta-lhe o mais importante que é o espaço consagrado ao debate politico contraditório, com a participação dos grandes protagonistas da vida nacional que são os representantes dos partidos, com destaque para aqueles que já têm a legitimidade das urnas.


Sem este espaço, a nova grelha faz-me lembrar a casa nova que tem tudo, menos as pessoas para a habitarem. O exagero da comparação é propositado. É a chamada provocação saudável. Ou saudosa?

 


Por não ser verdade, não se pode dizer que a TPA não promova na sua programação informativa o debate contraditório, começando naturalmente pela informação desportiva que sempre acolheu este princípio, sendo aliás, pioneira neste desbravar permanente do caminho que se tem vindo a fazer caminhando por caminhos nem sempre muito amistosos e quantas vezes algo ameaçadores.


O que para mim está em causa é apenas a ausência deliberada/estratégica do debate político entre os principais actores da vida nacional (situação/oposição/independentes) que são os representantes dos partidos políticos e das associações.


A sua substituição pontual pelos "analistas" não resolve o problema, sendo apenas mais uma forma de se contornar/escamotear o problema, que deste modo permanece intacto.


Os representantes dos partidos políticos que hoje têm assento parlamentar tem legitimidade mais do que suficiente para serem ouvidos sobre todas as questões da actualidade que envolvam o interesse nacional/público.


Sinto por outro lado que a TPA ao povoar a sua grelha com uma infinidade de programas e programinhas/marketing institucional, está a tentar tapar o sol com a peneira e a esconder esta "cratera", o que não faz qualquer sentido num país que tem como regime constitucional a democracia multi-partidária.

Não conheço nenhuma televisão do mundo democrático que não tenha espaços regulares/diários/semanais dedicados ao debate político contraditório.

Quer dizer, até conheço.