Lisboa - Com palavras de ordem contra o regime do MPLA e a exigir a responsabilização do Governo pela morte e desaparecimento de três activistas políticos em Luanda, cerca de 30 elementos da comunidade angolana em Portugal estiveram ontem ao final do dia junto da representação a Comissão Europeia (CE) em Lisboa.

Fonte: Diário de Notícias

O objectivo foi "chamar a atenção para a grave situação" que se vive em Angola, afirmou António Correia, da plataforma que organizou a manifestação, que teve o apoio do Bloco de Esquerda.

 

"O regime está a tentar silenciar a oposição", afirmou aquele dirigente de um dos principais partidos da oposição, a CASA-CE, que viu um dos seus elementos mortos na noite de sexta para sábado pelas forças de segurança angolanas. Este estava envolvido numa acção de denúncia do desaparecimento e presumível morte de dois activistas em Maio de 2012. E foi a morte da passada semana e a de Maio de 2012 que estiveram na origem da mobilização em Lisboa, em que os manifestantes estavam vestidos de preto, "em sinal de luto".

 

Estes anunciaram para a próxima semana a entrega de "informação caba" à representação CE sobre aquelas mortes que estiveram, também, no centro de um protesto da oposição no Parlamento de Luanda.


Envergando camisolas negras com a frase "Basta de mortes, respeitem a vida", os deputados da UNITA, CASA-CE, PRS e FNLA abandonaram a sessão plenária de ontem de manhã, em Luanda, depois de o líder parlamentar do MPLA se ter recusado a aceitar, em conferência de líderes, um debate sobre "as violações à vida, a falta de liberdade de imprensa ou a falta de diálogo", disse à Lusa um deputado da UNITA.

Este ambiente de tensão política está a preocupar, por seu lado, a Conferência Epsicopal de Angola e São Tomé que sublinhou ontem a necessidade de diálogo entre "todos os partidos".