Luanda - O Bureau Político do MPLA manifestou hoje, segunda-feira, a sua consternação pelo falecimento da nacionalista Maria Mambo Café, ocorrido este domingo em Portugal vitima de doença.


Fonte: Angop

De acordo com uma declaração deste órgão do partido no poder em Angola, foi de forma  inesperada que tomou conhecimento da morte no  dia 1 de Dezembro, de Maria Mambo Café.


Maria Mambo Café, membro do Bureau político do MPLA, nasceu em Cabinda aos 6 de Fevereiro de 1945, formou-se em economia na então União Soviética, em 1968.

 
A declaração do Bureau Político do MPLA considera  Maria Mambo  Café, como sendo sem qualquer dúvida, mais um dos filhos gerados por Angola de que todos os Angolanos, sem qualquer distinção, muito se poderão orgulhar.


Nacionalista de fortes e firmes convicções, nos primórdios da década de 60, do século passado,  Mambo Café engrossou o restrito grupo de patriotas que de forma organizada se bateram por uma Angola liberta e pela dignidade do povo angolano.


Integrou um dos vários grupos de nacionalistas angolanos que nos anos 1960 a 1963 rumaram para o então Congo Leopoldville a fim de se integrarem na luta de libertação nacional conduzida pelo MPLA.


Mambo Café “Tchyina” é detentora de uma trajectória política irrepreensível e invejável na luta pela liberdade e pela democracia em Angola e no Mundo.


“Com efeito, na sua longa caminhada podemos assinalar de modo marcante, para além de vários cargos e funções de responsabilidade que Maria Mambo Café assumiu durante a luta de libertação, quer como secretária da OMA, no Congo Leopoldville e membro activa da JMPLA, bem como as de secretária do Presidente Neto e Directora Adjunta e professora do CIR da Zona C da III Região Político-Militar, sendo cooptada em 1971 para o Comité Director do Movimento”, lê-se na declaração.

 
O documento refere que fruto do seu empenho e qualidades demonstradas, destaca-se o mandato que a Direcção lhe conferiu para integrar as delegações do MPLA que chegou a Luanda, em 8 de Novembro de 1974 e para as negociações com a potência colonial, que culminaram com os acordos de Alvor, em Janeiro de 1975.


Com a proclamação da independência nacional, a 11 de Novembro de 1975, Maria Mambo Café foi chamada a desempenhar várias funções no Partido e no Estado, com destaque para os cargos de Secretária do Comité Central para a Política Económica e Social e as de Ministra de Estado para a Esfera Económica e Social, iniciando aí um percurso em que se podem destacar as suas qualidades como humanista e sobretudo defensora de causas justas.


O Bureau Político regista sobretudo o papel Maria Mambo Café na luta pela emancipação das mulheres angolanas e pela igualdade de direitos e deveres entre homens e mulheres, sendo membro activo do Comité Nacional da OMA.


A forma amiga, afável e de elevado espírito de compromisso e lealdade com que desempenhava as suas funções, permitiram-lhe ser proposta e eleita para cargos fundamentais na hierarquia do Partido e do Estado, destacando-se a sua eleição para Deputada a Assembleia do Povo, a Assembleia Nacional em 1992 e reeleição em 2008 e para membro do Bureau Político do Comité Central do MPLA, na sequência dos II, III, IV, V e VI Congressos.


A sua incansável vontade de trabalhar e de servir o seu Partido e a sua Pátria levaram-na a manter-se activa, vencendo todas as dificuldades e contrariedades da vida mesmo consciente das limitações físicas e de saúde com que se deparava, nos últimos tempos.