Luanda - A Polícia Nacional prendeu três sindialistas, entre eles oa primeiro e segundo secretários Raimundo António João, e João Bernardo João, que decretaram na manhã desta segunda-feuira, 23, uma greve na Empresa Pública de Águas de Luanda (EPAL) para reivindicar melhores condições de trabalho.

*Coque Mukuta
Fonte: VOA

Segundo disse à Voz da América, Filipe Matari, Secretário para os Assuntos Jurídicos organização sindical naquela empresa, a greve seguiu todos os trâmites legais e desconhece as razões das detenções.

“Estão presos devido à greve desencadeada, greve esta que cumpriu com os trâmites legais. O que se passa na verdade é abuso de poder”, frisou.

A Voz da América falou com uma fonte junto a Polícia Nacional que disse não haver qualquer detido, mas confirmou a existência de dois indivíduos que estão a ser auscultados por alegada orientação ao encerramento das principais válvulas de água em Luanda.

Para Américo Katamba, outro trabalhador, a solução para a resolução da contenda entre os grevistas e a empresa é a substituição da actual direcção por estar a efectuar várias demissões, sem resolver as péssimas condições de trabalho, pagamento de salários a tempo e muitas outras questões.

A Voz da América ouviu Domingos Paciência, porta-voz da Empresa Pública de Águas de Luanda, que garantiu estarem em aberto as negociações com o sindicato.

Paciência disse ainda estar garantida a água para todos neste período festivo.

 

Greve na EPAL só acaba com libertação de sindicalistas


A Central Geral dos Sindicatos dos Trabalhadores Angolanos (UNTA) vai manter a greve enquanto as autoridades não libertarem os três sindicalistas detidos desde o primeiro día da greve.

Não haverá qualquer negociação com a entidade empregadora enquanto o primeiro e o segundo secretários Raimundo António João e João Bernardo João, mantiverem-se presos, diz o cumunicado da UNTA, lido pelo secretário para os assuntos culturais e desportivos, Bernardo Viera Tumbo, do núcleo sindical daquela empresa.


Entretanto, a empresa dirigida por Lionídio Gustavo Ferreira de Ceita nega dar qualquer esclarecimento sobre as detenções.


Os detidos ainda não foram ouvidos pelo Ministério Público e Bernardo Viera Tumbo afirma desconhecer as razões da detenção dos sindicalistas.