Lisboa - Morreu na última madrugada o antigo futebolista Eusébio da Silva Ferreira. Embaixador do futebol português, há décadas na galeria dos melhores executantes de todos os tempos, o homem que se confunde também com o emblema do Benfica completaria a 25 de janeiro 72 anos.

Fonte: RTP

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Conhecido pela velocidade, pela técnica apurada e pela violência dos remates, o “pantera negra” sofreu, nos últimos anos, de alguns problemas cardíacos.

Ouvido já esta manhã pela RTP, João Malheiro, biógrafo de Eusébio, adiantou que o “pantera negra” terá sucumbido a uma insuficiência cardíaca.

“Eusébio morreu cerca das 3h30 da madrugada, vítima de uma insuficiência cardíaca. De facto, convivendo eu com ele, de há muitos anos a esta parte e quotidianamente, sou testemunha de que a sua saúde estava muito fragilizada e havia sinais claros disso mesmo nos últimos tempos. Mas nesta altura isso não é o mais importante. Importa recordar o homem que foi, será sempre, de resto, tem um lugar nos imortais deste país, mas foi seguramente a referência emblemática mais importante de Portugal do século XX no plano desportivo e, porventura, não apenas, sobretudo nos anos 60, quando Portugal vivia debaixo de uma ditadura”, assinalou.

O "pantera negra" vinha dando sinais de uma saúde debilitada. Em junho de 2012 esteve internado no Hospital da Luz, em Lisboa, depois de ter sofrido um acidente vascular cerebral na Polónia.

Eusébio encontrava-se então em Poznan a acompanhar a seleção portuguesa durante o Campeonato da Europa.

Também contactado na edição deste domingo do Bom Dia Portugal, o comentador desportivo da RTP João Gobern confessou ter experimentado “um dos despertares mais tristes” da sua vida.

“Se houve alguém que me trouxe para o gosto pelo futebol, para o prazer de ver jogar, para aquela superação que nós admiramos nos jogadores e nas equipas de futebol, inevitavelmente eu tenho que citar o nome do Eusébio como o maior de todos, talvez o maior de todos os que eu tenha visto jogar em estádio. É verdade que houve o Pelé e houve o Maradona, mas esses chegaram-me pela televisão e não diretamente. E depois aquele extraordinário magnetismo que Eusébio exerceu enquanto ser humano, pela simplicidade”, notou.

Outra das reações emocionadas entretanto recolhidas pela estação pública foi a do treinador Toni: “Era aquela notícia que não queria ouvir e que é qualquer coisa que nos marca muito. A mim, de uma forma muito particular, porque eu e outros jovens que começámos a dar os primeiros pontapés no Benfica, ele foi a nossa âncora, ele, o senhor Coluna, o senhor Simões, o senhor José Augusto, o senhor Torres, foram eles que foram importantes para que as nossas carreiras tivessem também algum sucesso. Por isso, esse privilégio de termos desfrutado ainda alguns anos ao lado de Eusébio é qualquer coisa que guardamos num cantinho do nosso coração”.