Luanda – A cólera provocou a morte em Angola no ano passado 221 pessoas de um total de 6.655 casos registados, ainda assim uma taxa de letalidade inferior a de 2012, informou a Direção Nacional de Saúde Pública (DNSP).

Fonte: Lusa
Os dados constam de um balanço sobre a epidemia de cólera em 2013 elaborado pela DNSP. Segundo o documento, a taxa de mortalidade em 2013 foi de 3,3%, inferior a do ano anterior que foi de 6%.

Os casos reportados no ano passado tiveram maior incidência na província do Cunene, com 57,8%, seguindo-se as províncias da Huíla com 21,6% e o Uíge com 4,2%, realça o boletim.

"Apesar do maior número de óbitos na província do Cunene, a maior taxa de letalidade foi verificada na província de Malanje, com 21%, seguida da província da Lunda Norte, com 10%", sublinha o documento.

O facto da província do Cunene, no sul de Angola, ter sido a mais afetada pela epidemia deveu-se ao prolongado período de seca, de mais de dois anos, que afetou igualmente partes da província da Huíla, igualmente no sul do país.

Dos 6.655 casos reportados o ano passado, o Cunene contribuiu com 3.847 casos e com 133 óbitos do total de 221 registados em 2013. Em segundo lugar ficou a Huíla, com 1.442 casos e 46 mortes.

A DNSP refere ainda que, comparativamente a 2012, registou-se um aumento significativo do número de casos em 66,9% (mais 4.457), pois que passou de 2.198 para 6.655, tendo os óbitos aumentado igualmente em 38,9% (mais 86) ao passar de 135 para 221.

"Analisando a tendência da epidemia em 2013, a maior incidência observou-se nos meses de outubro e novembro, em que o maior pico foi no mês de novembro com 2.118 casos), lê-se no boletim.

Na altura daquele pico, a província do Huambo, no planalto central de Angola, registou pela primeira vez casos da doença, mas este surto já está controlado segundo as autoridades sanitárias locais, com o número de casos a passarem de uma média diária de 15 para um.

Angola regista surtos de cólera há vários anos, com períodos em que chegou a registar quase 70 mil casos e mais de dois mil mortos. Em 2006, ainda segundo dados estatísticos da DNSP, o país registou 69.476 casos e 2.773 óbitos, mas a tendência tem sido de diminuição, sendo 2013 o ano em que se verificou novamente um aumento significativo de casos e de mortes, consequência da seca verificada em Angola.
 
Para o combate da doença, as autoridades sanitárias têm apostado sobretudo nas campanhas de sensibilização viradas para as regras de higiene e na distribuição de água potável.