Luanda – Exigir qualidade e um bom atendimento num estabelecimento comercial é uma atitude meramente normal, defendida inclusive na Constituição da República e na Lei de Defesa do Consumidor. Quem escolhe um lugar, ou melhor, um restaurante para se alimentar merece muito mais respeito que um individuo que entra numa loja de bebidas para se suicidar lentamente com o álcool.

Fonte: Club-k.net
Existe uma probabilidade imensurável de um indivíduo morrer, acidentalmente, durante (ou após) a refeição por ingerir alimentos más confeccionados, ou um objecto, que por descuido é introduzido na panela pelo cozinheiro durante a preparação.

Mas este não foi o caso do autor destas linhas. Como é sobejamente sabido, hoje em dia o comerciante angolano, e não só (sobretudo os proprietários dos restaurantes), preocupa-se mais com os lucros que com as condições físicas e higiénicas do seu estabelecimento. Neste contexto, pelo menos a mim, já não resta nenhuma sombra de dúvida.

Infelizmente, na quarta-feira, 08, depois uma intensa jornada laboral, decidi enganar o estômago, em companhia de uma pessoa amiga, num dos restaurantes de “Panela de Barro”, localizado propriamente no “Ginga Shopping”, em Luanda Sul (Viana). Até ai tudo bem.

Sem reparar, como de hábito, nas condições higiénicas, uma vez que não era a primeira vez a frequentar um dos vários restaurantes daquele pequeno centro comercial intitulado, absurdamente, de shopping (que de shopping não tem absolutamente nada), decidi servir-me uma colhe de feijão preto, um pouco de arroz, um peixe cachucho e uma banana pão frita, que pesando totalizou 0.60 kg, a preço de 2660 kwanzas. Embora pouca comida, não quis provocar um debate com o jovem funcionário que pesou o prato e dirige-me a uma das duas mesas que se encontravam sem pessoas, para atacar.

Para o meu espanto, pouco menos de cinco minutos depois de começar a almoçar, reparei que o lugar escolhido ficou infestado com uma data de moscas que (algumas delas) começaram a pousar directamente no meu simples prato de comida.

“Po**a!”, exclamei dentro mim. Ao procurar nos arredores uma outra mesa vazia, com o fito de mudar-me, notei que não era a solução uma vez que o restaurante todo ficou infestado dos insectos voadores (moscas de todo tipo), sem que os funcionários do “Panela de Barro” se dessem o trabalho de tomar alguma medida necessária.

E como era de esperar, uma das moscas decidiu aterrar, sem mais nem menos, dentro do copo de sumo da pessoa que me acompanhava a mesa. E durante este período da “praga” nenhum funcionário deste restaurante se preocupou mover sequer um dedo, para correr com os “intrusos voadores” que incomodavam as pessoas que só queriam almoçar em paz. “Que chatice!”, balbuciou um outro cliente sentado noutra mesa.

Portanto, lamento profundamente mas é caso para dizer que nunca mais, repito, nunca mais voltarei almoçar neste restaurante infestado que devia muito bem mudar de nome para “Panela de Moscas”. Espero que a Direcção Nacional da Inspecção do Ministério da Hotelaria e Turismo mande os seus efectivos para averiguarem esta triste realidade e tomar medidas necessárias para o bem da saúde pública.