Kuando Kubango - Discurso do Secretário Provincial do Partido no Kuando Kubango, Ernesto Kambinda Baco, no acto de Abertura da 5a Reunião Ordinária do Comité Provincial do Partido Excelências Membros do Comité Provincial do Partido;

- Digníssimos Membros dos Partidos Políticos cá presentes;

- Caríssimas Entidades Religiosas;

- Ilustres Convidados; Minhas Senhoras e meus Senhores.

Gostaria, antes de tudo, agradecer o espírito honesto e de solidariedade dos caros convidados, que apesar de labuta que levam a cabo para conseguirem o benefício pessoal e colectivo, aceitaram o nosso convite para podermos estar aqui neste ambiente de cerimónia em que se constituiu a abertura desta V reunião Ordinária do Comité Provincial do Partido.

É de facto, um prazer, é uma honra viver estes momentos históricos e tão agradáveis aqui neste ambiente que está a caracterizar esta reunião. Gostaria também de saudar, patrioticamente, os nossos veteranos de luta de libertação nacional aqui presentes em representação de outros, que eventualmente não estão connosco por terem perdido as suas vidas em busca da liberdade, da justiça social, da paz e da democracia participativa, o nosso respeito, a nossa admiração, a nossa homenagem. Muito obrigado.

Também, gostaria de exprimir em meu nome pessoal e em nome de todos os companheiros do nosso Partido, o nosso sentimento de gratidão, nossa luta pela conquista da dignidade de todos os angolanos e pela consolidação da democracia e da paz.

Realizamos esta magna reunião no princípio do ano de 2014 que sucede o ano de 2013, classificado por mim como ano de recuo significativo nos campos democrático, social e da reconciliação nacional.

O Governo provincial afastou-se das suas competências que são lhe proporcionadas pela constituição da República, o que seria servir o Povo, sem exclusão e discriminação. Mas subverteu a democracia à ditadura.

Infelizmente, ocorreram actos negativos praticados pelos governantes nesta província que deram aos cidadãos uma impressão de estarem diante de uma ditadura.

Os cidadãos em Menongue, sabem que já foram vítimas ingloriamente nas ruas pelas balas da Polícia de Intervenção Rápida, os seus irmãos moto taxistas que por falta de emprego procuravam algo para a sua sobrevivência. O facto de fazerem sombra aos Táxis pertencentes aos governantes, foi o motivo suficiente para eliminá-los fisicamente e continuar a ameaçar os demais, provocando assim acidentes desnecessários.

Que protecção da vida humana este governo defende companheiros?

O Governo do MPLA no KuandoKubango, faz zombarias aos antigos combatentes e veteranos de guerra, ex-militares tanto os ex FAPLA, ELNA e assim como os ex-FALA que esperam da desmobilização para terem a segurança média de vida segundo os acordos de paz, são sempre enganados com promessas falsas de emprego na casa militar e noutras instituições do Estado, por enquanto que de concreto, é para serem utilizados como activistas do MPLA, mas sem garantias salariais.

O MPLA no Kuando Kubango, defende a posição de resolver os problemas dos ex-militares através de promessas falsas de emprego e de formação profissional de alguns, mas também sem reinserção.

Ao contrário da posição tomada pelo MPLA, a UNITA no KuandoKubango, defende o princípio de desmobilização e reinserção social de todos os ex-militares conforme os acordos de paz. Porque é só através da pensão regularizada, que os ex-militares podem ter uma vida condigna.

Minhas Senhoras e meus Senhores.

Socialmente, gostaria de salientar que na província do KuandoKubango as condições na educação e na saúde não são das melhores.

Para além de milhares de crianças fora do sistema de ensino e termos o ensino não de qualidade, constatei pessoalmente que o ensino primário não é gratuito conforme dizem os governantes. Ainda este ano, já paguei as matrículas dos meus filhos que estão fazer o ensino primário nas escolas estatais. Porque, mesmo que seja cinco kuanzas (5,00), isto não deixa de ser dinheiro e nem perde o seu valor. E a acção de entrega, também não perde o nome de pagamento.

Os directores das escolas, têm uma justa razão de cobrar a comparticipação, para terem a verba para o funcionamento. Porque dos valores pecuniários provenientes das riquezas do País, o governo não disponibiliza verba para o funcionamento da educação. É mais um gesto de exclusão dos filhos dos camponeses que os pais não têm fontes de rendimentos.

No campo da saúde, além de falta de medicamentos nos hospitais, os pacientes são internados nos corredores e estendidos ao chão. A exemplo do hospital pediátrico de Menongue, localizado no Saprinho.

Os funcionários públicos continuam na base do salário miserável. O desemprego por parte dos jovens, a falta de água e luz para todos, também é uma outra realidade. Consubstancia a troca de apoio social que seria um direito fundamental e constitucional, com o cartão de membro do MPLA; torturas, prisões e transferências dos professores e enfermeiros militantes afectos a UNITA arbitrariamente.

Dentre esses actos antidemocráticos, destaca-se o terrorismo praticado dia 23 de Novembro de 2013, pela polícia do MPLA contra os quadros e militantes da UNITA, que resultou um ferido, 6 intoxicados e a destruição de vidros das instalações do Partido.

O governo do MPLA, através do seu regime ditatorial, usurpou até a soberania tradicional. A província do KuandoKubango, tem tantos Sobas em diferentes categorias, mas sem soberania. Com isto, é para dizer que os sobas não conseguem falar alto e verdadeiramente sobre o sofrimento do seu povo, porque temem do regime.

Para salvaguardarem o direito de subsídio e regalias sobretudo de viaturas, limitam-se a agradecerem o explorador e viram contra os desfavorecidos, uma vez que queiram reclamar sobre os seus direitos como cidadãos. Só conhecem os direitos deles e ignoram os direitos dos demais. Para onde vai esta nossa Angola, Companheiros?

Prezados compatriotas!

No quadro das estratégias activas do Partido, de levar a todos cidadãos da província do KuandoKubango, lá onde querem que estejam, a mensagem da dignidade humana e democracia autentica defendida pela UNITA, o Comité Provincial do Partido está reunido, cujo objectivo principal é a análise pormenorizada dos métodos de trabalho, baseados nos valores políticos da UNITA.

Por isso mesmo, esta decisão traduz, sem dúvida alguma, a tenacidade e inteligência do nosso Partido de criar sinergias para cada nova situação.

A UNITA está determinada a resgatar a pátria da democracia titulada para uma democracia autêntica da corrupção que a despedaça, da justiça que mina a sua unidade na diversidade, da exploração dos seus recursos naturais em benefício duma minoria cadavez mais magra em oposição a uma maioria paupérrima, em fim, a UNITA está determinada a resgatar a Pátria de autoritarismo e obviar um Estado verdadeiramente de Direito e Democrático.

Para esse efeito, o Comité Provincial do Partido precisa de afinar permanentemente a sua máquina partidária, principalmente aquela que funciona mais próximo do eleitor, designadamente os Secretariados provincial, Municipais, Comunais e Órgãos de Base.

Vivemos uma fase de grandes transformações. Os quadros devem estarem preparados para desempenharem o seu papel no caminho que nos leva à felicidade.

Precisamos de mobilizar os nossos irmãos e irmãs, que são enganados todos os dias com promessas falsas que nunca se realizam. Devemos unir todos à força de mudança.

Assim declaro aberta a V reunião Ordinária do Comité Provincial do Partido

Muito Obrigado.